Ensopado marinho 2

Expliquei uns tempos atrás que minha receita de massa com couve-flor assada e molho de nozes é o que sirvo sempre que tem convidados onívoros em casa, pois ela nunca decepciona. Mas no meu repertório de receitas ‘onívoro-friendly’ tem uma ainda mais simples, mas que sempre agrada: meu ensopado marinho. Essa foi uma das primeiras receitas que publiquei no blog e até hoje o pessoal me escreve dizendo o quanto gostou desse prato. Embora minha massa seja mais sofisticada, o ensopado marinho é com certeza o meu maior sucesso com a família brasileira. O ingrediente principal é o humilde repolho, mas o resultado final é tão saboroso que ninguém adivinha que aqueles pedacinhos de coisa gostosa são na verdade esse legume singelo.

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Reduza o consumo de alimentos de origem animal pela metade

Apesar de ser vegana e de só publicar receitas vegetais aqui no blog, uma grande parte (acredito que a maioria) dos meus leitores é onívora, por isso resolvi incluir esse ponto no Guia Papacapim de Alimentação Saudável.

Quando o assunto é melhorar a saúde, tanto a sua quanto a do planeta, reduzir o consumo de alimentos de origem animal é provavelmente a medida mais eficaz que você pode tomar. Então hoje eu gostaria de explicar pra vocês o ‘porque’ e o ‘como’ do quarto ponto do nosso guia (se você perdeu os três primeiros, pode encontra-los aqui: 1: Coma comida de verdade, 2: Saiba decifrar embalagens de produtos industrializados, 3: Retire o açúcar do seu dia-a-dia).

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Salada de arroz castanho com grão de bico e abóbora

Quem passa sempre pelo blog deve ter percebido que ando um pouco ausente. Se você é novo(a) por aqui saiba que geralmente posto três vezes por semana, mas nos últimos dias minha rotina ficou tão carregada que não consegui manter esse ritmo. Grandes mudanças se preparam por aqui e estou com dificuldades em manter todos os meus compromissos em dia. Mas não é só isso.

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As novidades por aqui

Pra continuar comemorando o aniversário de três anos do blog decidi que ele merecia uma repaginada total. Fazia tempo que sonhava com um layout mais bonito e funcional e tive a sorte de encontrar um web designer maravilhoso que conseguiu concretizar todas as minhas ideias e transformar um desenho tosco que fiz com um lápis nessa coisa linda que vocês estão vendo agora (mais uma vez, muito obrigada, Vinícius!). Quem estiver precisando de um web designer eu recomendo demais o trabalho dele. Foi uma leitora que me indicou Vinícius e serei eternamente grata a todas as conexões e pessoas incríveis que conheci graças ao Papacapim.

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Rolinho primavera com papel de arroz

recheio

Quando eu morava em Paris costuma ir sempre ao restaurante chinês da minha rua, que preparava deliciosos rolinhos primavera com papel de arroz, broto de soja e outros vegetais. Na primeira vez que vi os rolinhos achei engraçado, pois no Brasil eu só conhecia os rolinhos primavera fritos. Mas quando provei a versão com papel de arroz achei bem mais saboroso do que a versão frita. Depois de ter me tornado vegana tive que dizer adeus aos rolinhos, pois todos os que vi nos restaurantes chineses tinham camarão. Então decidi que tinha que fazer os meus próprios rolinhos em casa.

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O que eu serviria

Lavar louça produz um efeito curioso na minha pessoa. Enquanto minhas mãos estão ocupadas, minha mente levanta voo. Impressionante como encarar fixamente a parede em cima da pia funciona como um trampolim pra minha imaginação. E olha que estou falando de uma parede coberta de azulejos beges sem graça. Nem ouso imaginar o tipo de devaneio que uma janela (com uma paisagem) desencadearia.

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Como preparar abobrinha

abobrinha

Abobrinha está longe de ser o meu legume preferido. Na verdade é um dos que menos gosto. Acho o sabor sem graça e por ser um legume que tem muita água (o que faz com que o sabor seja tão suave) a textura depois de cozida quase nunca me agrada. Mas existem maneiras de se livrar de uma parte da água e concentrar o sabor da abobrinha. A minha preferida é corta-la me fatias finas, regar com sal e azeite e assar no forno médio-alto até ficar ligeiramente caramelizada.

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Aniversário do blog e um presente pra vocês

azeite tawfic

Eu criei esse blog em uma noite de fevereiro de 2010. Fazia tempo que eu vinha pensando em começar um blog de culinária vegetal e já tinha escolhido o nome ‘Papacapim’ há quase um ano. Mas apesar da ideia ter marinado na minha cabeça por muito tempo, eu vivia procurando desculpas pra justificar a não existência do blog. “Ninguém vai se interessar pelo que tenho a dizer” e “minhas receitas são muito estranhas e não vão agradar o pessoal” eram as minhas preferidas. Quem diria que hoje, três anos depois, seria exatamente por esses motivos que vocês apareceriam por aqui.

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Retire o açúcar do seu dia a dia

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Acho que esse é o post mais aguardado do Guia Papacapim de Alimentação Saudável:

Retire o açúcar do seu dia a dia

O assunto já rendeu muitos comentários aqui no blog, antes mesmo de anunciar que eu não publicaria mais receitas com açúcar. Aqui está tudo que você sempre quis saber sobre açúcar, suas consequências na saúde e porque as pessoas são viciadas nessa substância. E a pergunta que não quer calar (e que eu escuto o tempo todo), é extremismo retirar o açúcar da alimentação?

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“Eu me recuso a agir de maneira violenta”- entrevista com a ativista israelense Sahar Vardi

Sahar Vardi
Em uma conferência com objetores de consciência israelenses na cidade palestina de Beit Sahour (Sahar está no centro).

Depois de ter publicado a história de três amigos palestinos aqui no blog (vocês podem ler os relatos aqui, aqui e aqui), gostaria de escrever sobre uma amiga israelense. Durante minhas palestras e conversas sobre a Palestina escutei algumas vezes coisas do tipo “Ah, mas você escolheu ficar do lado dos Palestinos”, como se as informações que eu repasso fossem tendenciosas (sempre respondo que escolhi o meu lado, sim: os diretos humanos). Mas é por isso que hoje eu gostaria de dar a palavra a uma israelense. Sahar é uma das pessoas mais engajadas e interessantes que conheço e nessa entrevista ela fala sobre ativismo, a militarização da sociedade israelense (e suas consequências na população) e como ela imagina o futuro da região. Fiz essa entrevista ano passado e ela foi publicada originalmente na Revista Fórum de novembro.

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A sobremesa que mudou a minha vida

creme voluptuoso de chocolate e laranja

Ano passado criei uma receita que mudou a minha vida pra sempre. Como ela tem um ingrediente inusitado, gostaria de poder servi-la pra vocês primeiro e só depois dizer o que tem dentro (é assim que faço quando sirvo essa receita pra convidados aqui em casa). Mas vocês podem admirar as fotos. Parece cremoso, voluptuoso e delicioso, não é?  Podem ter certeza que esse creme é tudo isso e muito mais!

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O que fazer com as sobras de fermento natural

crumpets

Se você, assim como eu, usa fermento natural (levain) pra fazer o seu pão, provavelmente já se perguntou se não tinha uma maneira de resolver o problema do desperdício cada vez que ele é alimentado. Pequena explicação pra quem nunca cuidou de um fermento natural: é preciso alimenta-lo todos os dias (com água e farinha), mas pra não acabar com uma quantidade gigantesca de fermento (depois de cada ‘refeição’ ele dobra de tamanho) precisamos antes descartar metade do fermento. Funciona assim: toda as noites jogo metade do meu fermento fora, depois junto água e farinha à metade que ficou no potinho, misturo bem e deixo descansar. No dia seguinte ele dobrou de tamanho e preciso jogar metade fora novamente antes de alimenta-lo mais uma vez. E por aí vai…

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Geleia natural de morango e chia

geleia morango chia

Esse mês pretendo tratar da questão do açúcar na alimentação, mas antes de dividir com vocês todas as informações que juntei nos últimos anos (preparem-se que o negócio é pesado), achei que seria interessante publicar uma ou outra receita doce sem açúcar por aqui.

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Omelete vegano 2.0 e um sanduíche

sanduiche omelete veg

Eu fico feliz em saber que minha euforia contagiou muita gente e meu omelete vegano de grão de bico apareceu em muitas mesas. Ele continua fazendo muito sucesso aqui em casa e acabo de criar uma nova versão com linhaça no lugar da farinha de aveia. Eu queria que o omelete ficasse completamente sem glúten e a linhaça não só resolveu o problema como deixou a receita ainda mais nutritiva. Agora meu omelete é vegano, cheio de proteína e fibra, sem glúten e fonte de ômega 3! Continuar lendo “Omelete vegano 2.0 e um sanduíche”

Patê de cebola caramelizada

patê cebola

Apesar de estar muito sem tempo esses dias, faço questão de continuar comparecendo algumas vezes por semana aqui no blog. Então o post de hoje será curto, mas delicioso.

Faz tempo que procuro criar um patê de cebola que me agrade. Eu tenho uma receita de patê de cebola à base de tofu muito boa, mas queria ver se era possível substituir o tofu por um ingrediente mais fácil de encontrar (muitos leitores falaram da dificuldade de encontrar tofu nas suas cidades). Minha ideia era usar uma leguminosa, pois elas são nutritivas e proteinadas, baratas e abundantes. Tentei com feijão branco e não gostei do resultado. Tentei com grão de bico e também não gostei. Em um momento de loucura tentei com batata cozida e obtive um purê com sabor de cebola, mas nada de encontrar A receita de patê. Então acabei voltando pra versão com tofu.

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Rapazes gostosos e filhotes de animais

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Minha amiga Johanna e o namorado, Dan, formam o casal mais divertido que conheço. Na última vez que estive na casa deles, em Tel Aviv, tive uma crise de riso no banheiro. Do lado do sanitário achei um livro hilário: “Hot Guys and Baby Animals” (tradução: rapazes gostosos e filhotes de animais). O livro se inspira dos calendários/livros gays, com rapazes musculosos e sedutores, mas tem uma intenção mais nobre do que só agradar os olhos: parte da venda do livro é doada pra SPCA (Society for Prevention of Cruelty to Animals).

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Sobre ser voluntário

workshop aida2

Vários leitores me perguntaram como passei de estudante em Paris pra voluntária em um campo de refugiados na Palestina e pediram dicas, pois também gostariam de fazer uma missão humanitária no exterior. Eu não sou uma expert no assunto, mas posso compartilhar minha história com vocês e dar algumas dicas pra quem gostaria de fazer um trabalho voluntário, no exterior ou no próprio país.

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Zaaki*

livro projeto

No início desse mês o livro de receitas palestinas que eu criei pra arrecadar fundos pro projeto de mulheres no campo de refugiados de Aida ficou (enfim!) pronto. Além de ensinar a fazer 15 receitas tradicionais, o livro explica a situação dos refugiados palestinos e conta a história do projeto. Ele é o fruto de três árduos meses de trabalho e quando o segurei nas mãos pela primeira vez senti uma mistura de alegria e alívio. Nunca imaginei que fazer um livro (sozinha) fosse tão penoso: entre recolher as receitas, fotografar os pratos, escrever os textos e fazer o design/layout, quase perco o juízo. Mas agora que ele está aqui olhando pra mim, estou extremamente feliz por ter controlado a vontade de desistir e ter ido até o final. (Clique nas imagens pra aumenta-las.)

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Abraço

abraço

O muro construído por Israel na Cisjordânia mutila ainda mais as terras palestinas, isola cidades e seus habitantes e priva agricultores de seus campos. Ele foi julgado ilegal pelo Tribunal Internacional de Justiça em 2004, mas continua avançando. O muro de segregação, como é chamado pelos defensores dos direitos humanos, é onipresente aqui em Belém. É difícil esquecer os crimes cometidos pela ocupação israelense quando nos deparamos com esse ‘lembrete’ de concreto de 8 metros de altura cada vez que levantamos o nariz.

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