Às vezes uma conversa, um livro, um filme ou uma cena que presenciamos ecoa de maneira tão intensa dentro de nós que é impossível não reagir. Foi o que aconteceu hoje quando assisti ao documentário « O veneno está na mesa », do cineasta brasileiro Silvio Tendler. Senti mais uma vez a obrigação que pesa nos ombros dos que tomam consciência de algo dessa importância: preciso informar os outros.
Continuar lendo “Não engula mais isso!”Autor: papacapim
Parece estranho, mas é delicioso
Alguns meses atrás publiquei minha receita de gazpacho e ela provocou curiosidade em alguns e estranheza em outros. Sopa gelada ainda é um conceito bizarro no nosso país, o que, como disse minha irmã nos comentários, é surpreendente tendo em vista o calorão que faz na nossa terra. Eu cresci em Natal, onde é verão o ano inteiro, e mesmo nos dias mais quentes tomar um prato de sopa fumegante parecia algo absolutamente natural, afinal sopa é algo que se come quente, certo? Eu também achava, mas graças ao meu amado gazpacho o mundo das sopas geladas me parece hoje muito atraente e tenho certeza que depois de passada a estranheza das primeiras colheradas os céticos concordarão comigo.
Continuar lendo “Parece estranho, mas é delicioso”Vídeo: salada de batata em Londres
Aqui vai mais um a colaboração com a Vege TV. Dessa vez fui parar em Londres pra preparar minha salada preferida. Tenho que agradecer à minha querida amiga Cida por ter deixado eu transformar sua cozinha em estúdio (a coitada nem sequer comeu da salada!). Vou aproveitar o ensejo pra mandar um recado pra ela: a vasília de plástico que aparece no final do vídeo é sua e mora hoja na minha cozinha. Desculpa. Obrigada. Da próxima vez terá salada pra você.
Continuar lendo “Vídeo: salada de batata em Londres”Proteina vegetal: muito além da soja
É impressionte como nos dias de hoje ainda sabemos pouco sobre os alimentos que comemos. Já cansei de escutar pessoas dizendo que só tem proteínas em produtos de origem animal, quando um mínimo de conhecimento em nutrição seria suficiente pra entender que o mundo vegetal também está repleto de proteínas. Outro mito é imaginar que proteína vegetal significa soja e nada mais.
Continuar lendo “Proteina vegetal: muito além da soja”Eu achei que deveria
Faz mais de dois meses que não publiquei nenhuma receita de sobremesa e se você é novo por aqui deve estar achando que doces não fazem parte da minha dieta. Leitor(a), você achou certo: as sobremesas tradicionais não me seduzem e eu não como açúcar (estou me referindo ao pó branco) nunca, nem amarrada, nem pra ganhar dinheiro. Mas não se engane, eu gosto de degustar uma coisinha doce aqui e acolá. No entanto, entre junho e setembro (o verão aqui) a feira fica carregada de uvas deliciosas, mangas suculentas, pêssegos e figos perfumados e tantas outras frutas saborosas que esqueço completamente dos bolos, pudins, sorvetes e afins. E vou confessar uma coisa. Quando eu mordo um pêssego maduro (que amadureceu no pé) e aquele sabor inebriante invade minha boca e narinas penso: “Nenhuma sobremesa é nem nunca será tão perfeita” e aí perco a vontade de criar receitas doces. Juro. Podem me chamar de xiita.
Continuar lendo “Eu achei que deveria”Guia Vegano – Londres
Além de ser uma cidade fascinante do ponto de vista histórico e cultural, Londres acolhe os visitantes veganos de braços abertos. É um dos poucos lugares (por enquanto) onde veganos não tem dificuldade nenhuma pra achar comida pros seus estômagos herbívoros. Melhor ainda: a cidade oferece pratos vegetais absolutamente deliciosos, detalhe que faz toda a diferença pra quem é obrigado a se contentar com saladinha e outras comidas sem graça nos restaurantes. De sanduíches à alta gastronomia vegana, passando por cafés e restaurantes étnicos, Londres é um verdadeiro paraíso vegetal.
Continuar lendo “Guia Vegano – Londres”Talvez você esteja precisando
Tem pratos que não são nem um pouco fotogênicos. Sopas e comidas marrom, por exemplo, são difíceis de fotografar. Imagine então a complicação pra fazer uma sopa marrom parecer apetitosa na foto.
Tenho consciência que a foto acima não vai te dar vontade de correr pra cozinha e preparar uma sopa de feijão imediatamente. Sei igualmente que sopa de feijão preto é algo tão humilde, tão simples, que essa receita provavelmente chamará a atenção de pouca gente. Mas talvez você seja um noviço na cozinha. Talvez você não saiba como preparar sopa de feijão. Talvez você esteja sem idéia pro jantar de hoje ou quem sabe até esteja procurando inspiração pra reciclar aquele resto de feijão do almoço. Talvez você tenha simplesmente esquecido como sopa de feijão é capaz de reconfortar a alma e preencher um estômago vazio com muitos nutrientes por um preço módico. Talvez você precise dessa receita.
Continuar lendo “Talvez você esteja precisando”Guia Vegano – Bruxelas
Bruxelas não é a cidade mais vegan-friendly que visitei, mas tem opções suficientes pra satisfazer os veganos de passagem. As três especialidades gastronômicas são cerveja, batata frita e chocolate. Batata frita, embora chamada “french frie” em Inglês, nasceu na Bélgica e se você é fã saiba que vai se deliciar com as melhores fritas do mundo. Elas são vendidas por todos os cantos da cidade, em barraquinhas ou lanchonetes e, naturalmente, são veganas. Mas atenção: os belgas têm a estranha mania de comer batata frita com maionese (senhor!), entre outros molhos gordurosos, então peça a sua sem molho nenhum ou, se gostar, com ketchup.
Continuar lendo “Guia Vegano – Bruxelas”Eu prefiro assim
Eu nunca fui à China e não tenho idéia se a comida servida nos restaurantes chineses mundo afora é realmente autêntica. Já me falaram que a comida japonesa foi “ocidentalizada” pra agradar paladares internacionais e imagino que o mesmo pode ser dito da culinária chinesa. Mas, autêntico ou não, aqueles pratos de yakisoba nadando em um molho marrom não identificado servidos nos restaurantes chineses ocidentais tem um lugar no coração de muita gente.
Continuar lendo “Eu prefiro assim”Tudo o que você sempre quis saber sobre a B12
Tem um assunto que ainda não tratei na seção « Tire suas dúvidas » e recentemente alguns leitores me escreveram cobrando: a questão da vitamina B12 na dieta vegana. Algumas pessoas consideram que esse é o argumento final contra o veganismo: “Não existe B12 nos vegetais, só nos produtos de origem animal. Isso prova que o ser humano precisa de carne.” Aha! Foi descoberto o calcanhar de Aquiles do veganismo e alguns veganos partirão com o rabinho entre as pernas e uma dúvida na cabeça: ser vegano não é natural à espécie humana? Por ser algo tão polêmico resolvi escrever um post inteiro sobre o assunto.
Continuar lendo “Tudo o que você sempre quis saber sobre a B12”Novo vídeo
Graças aos comentários positivos que vocês deixaram no vídeo dos gnocchi, consegui vencer a vergonha mais uma vez e fiz outro vídeo. Ele foi postado no site da Vege Tv (obrigada, Ricardo), mas não podia deixar de colocá-lo aqui no blog também.Dessa vez confesso que nem doeu muito e consegui disfarçar um pouco melhor o nervosismo (e não lambi nada, mas tenho certeza que minhas irmãs acharão outras razões pra criticar minha “performance”).
Continuar lendo “Novo vídeo”Esses aqui me fizeram pular
Acho que já escrevi aqui no blog que tenho uma vizinha palestina-americana que faz stand up comedy e que passa por aqui de vez em quando pra fazer shows na região. Quando ela vem à Belém sempre me contrata como sua “personal chef”, o que significa que durante uma semana eu preparo todas as suas refeições. Além de poder colocar alguma coisa na carteira, é uma oportunidade pra preparar pratos ultra caprichados que eu nunca teria coragem de preparar no dia-a-dia.
Continuar lendo “Esses aqui me fizeram pular”Como preparar couve-flor
Já aconteceu de você achar que não gosta de uma coisa, até descobrir que na verdade a coisa em questão é gostosa, mas tinha sido preparado da maneira errada todas as vezes que você provou? Couve-flor pra mim sempre foi a irmã anêmica do brócolis: insípida e sem graça. Mas um dia resolvi assar uma enorme cabeça de couve-flor que, por causa do meu desprezo, já estava murchando na geladeira e nunca mais a vi com os mesmos olhos. Tem uma receita tradicional palestina onde a couve-flor é cortada em pequenos buquês, frita até ficar bem dourada e servida pura ou com um molho de iogurte de ovelha ou tahina. Eu tinha provado o prato (sem o molho) algumas vezes nas casas dos amigos palestinos, mas comia por educação pois detesto fritura. Como parece que couve-flor cresce quase o ano inteiro nesse país, pensei que tinha que achar uma maneira de incluir esse legume no cardápio com mais frequência. Daí veio a idéia de assá-la. Eu queria o dourado do prato palestino, mas sem o óleo da fritura. Quando peguei um buquezinho recém saído do forno, dourado nos cantos, ligeiramente caramelizado, e ele quase derreteu na minha boca pensei: “Que injusta eu fui com você!” Descobri que se você assar a couve-flor o sabor se concentra, fica apurado e quase adocicado. Já se você fizer como a maioria das pessoas e cozinhá-la na água ou no vapor, o sabor se dissolve, se dissipa e você acaba com um legume totalmente insípido no prato.
Continuar lendo “Como preparar couve-flor”Salada asiática
Está sendo difícil, muito difícil voltar ao trabalho depois das férias. Continuo pensando na paisagem da foto acima. Será que um dia vou ter um jardim desses? A piscina eu dispenso, só quero as árvores frondosas, a sombra que elas oferecem, um matinho baixo onde eu possa me deitar, um passarinho aqui e outro acolá… Confesso que, embora adore minha vida aqui na Palestina (o que sempre surpreende as pessoas), sinto falta do verde, dos espaços ao ar livre, dos parques e do ar fresco da França.
Continuar lendo “Salada asiática”Vegano na estrada
Como respeitar seu veganismo nas viagens sem passar fome
Ouvi (e li) várias pessoas dizerem que é muito difícil, ou praticamente impossível, ter uma alimentação vegana durante as viagens. Embora eu seja a primeira a reconhecer que é muito mais fácil ser vegana aqui em casa do que durante minhas andanças mundo afora, tenho a firme convicção que com um pouco de planejamento, conhecimento sobre a culinária do local a ser visitado e flexibilidade, ninguém precisa sacrificar seus principios durante as férias. Faz quatro anos que me tornei vegana e durante esse tempo viajei bastante, passei por países bem diferentes, usei vários meios de transporte (avião, trem, ônibus, carro) e de hospedagem (hotel, casa alugada, apartamento de amigos e familiares…). Por ter acumulado uma certa experiência no assunto, posso dar alguns conselhos baseados no que aprendi durante minhas aventuras.
Continuar lendo “Vegano na estrada”Em casa
Quando eu estudava turismo na antiga Escola Técnica do RN, uma professora nos disse: « A gente viaja pra descobrir que o melhor lugar do mundo é a nossa casa ». Na época achei estranho uma professora de turismo falar isso, mas hoje entendo perfeitamente o que ela quis dizer. Faz dois dias que voltei pro meu lar doce lar e ainda não consegui fazer nada além de dormir, comer e me sentir extremamente feliz por estar em casa.
Continuar lendo “Em casa”Veganland
Depois de Paris e Bruxelas as férias continuaram em Londres e Berlim, de onde estou escrevendo essas linhas. Amigos, essas duas cidades são verdadeiros paraísos veganos. Londres, que eu conheço bem, sempre me encantou por oferecer opções veganas por todos os lados, mas Berlim, que estou visitando pela primeira vez, ganhou o nobel do veganismo. Mais detalhes aparecerão por aqui quando eu voltar pra casa (estou planejando um mini guia vegano de Berlim, Londres e Bruxelas), mas queria dividir um pouquinho dessas maravilhas com vocês hoje. Bem vindos à veganland!
Continuar lendo “Veganland”Duas cidades
Coisas pra fazer durante as férias
Ainda estou na França profunda, mas amanhã largo as amarras e parto em direção à próxima etapa da viagem. Antes de partir pensei em fazer uma lista de coisas pra fazer durante as férias, no caso de vocês estarem sem idéias. Pode ser útil pra alguém algum dia…
Continuar lendo “Coisas pra fazer durante as férias”Torta de alho poró
Um pequeno “alô” diretamente da França profunda. As férias estão indo muito bem, obrigada. De vez em quando o sol dá o ar da graça, mas as temperaturas continuam baixas pra essa época do ano. Depois do calorão palestino, eu não vou reclamar dos 20° que faz aqui, mesmo se a noite o frescor aumenta (12° em pleno verão? Quem diria que eu ia passar as férias embaixo dos cobertores…), mas é uma pena não poder aproveitar da piscina (eu sei, eu sei, problemas de “primeiro mundo”…).
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