Sobre humanidade

Foi uma viagem muito especial, tocante e fora do comum que fizemos em outubro. A Palestina é um território ocupado (por Israel, desde 1967) e quem vem pra cá tem que conviver com checkpoints (barragens militares israelenses na fronteira e, principalmente, dentro dos territórios palestinos) que ditam quanto tempo levará cada um dos seus deslocamentos, soldados israelenses pesadamente armados que decidem pra onde as pessoas podem, ou não, ir e violações dos direitos humanos tão gigantescas e escancaradas que você vai ter vontade de colocar as mãos na cabeça e gritar: “Por que ninguém está fazendo nada pra impedir isso?”. Revolta e indignação são os dois sentimentos que colam em você logo na chegada e te acompanham durante toda a viagem. Pelo menos uma vez por dia você sentirá uma dolorosa sensação de impotência percorrer o seu corpo inteiro. E quando o monstro da injustiça aparecer ali na sua frente seus olhos se encherão de lágrimas. Se você for como eu, você vai chorar com frequência.

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A colheita de azeitonas durante o tour

Continuando o relato do Tour Papacapim na Palestina de outubro, dessa vez teve uma atividade que não fez parte da programação do ano passado: colher azeitonas. Outubro é a época da colheita de azeitonas aqui na Palestina e é, na minha opinião, o melhor mês pra estar aqui. Eu não sabia nada sobre o cultivo de azeitonas nem sobre a produção de azeite até ter me mudado pra cá, em 2008. Fiquei encantada quando descobri a parte fundamental que a oliveira tem na cultura e na vida dos palestinos. Talvez o mais impressionante pra mim foi descobrir que não existem ‘cultivadores de azeitonas’. Como oliveiras precisam de pouquíssimo cuidado e só recebem água da chuva, os ‘donos’ das oliveiras têm todos uma profissão, que eles exercem durante as outras cinquenta semanas do ano. Durante duas semanas, no início ou no final do mês (de acordo com o amadurecimento das azeitonas), professores, médicos, pedreiros, advogados, estudantes, psicólogos, sociólogos, eletricistas, cozinheiros… todos largam temporariamente suas ocupações e vão pro campo. A família inteira, muitas vezes três gerações juntas, participa da colheita. Uma parte das azeitonas será marinada durante várias semanas e elas serão degustadas acompanhando o café da manhã típico daqui. Mas a maior parte delas vai ser prensada e virará azeite, que aparece na mesa familiar durante o ano inteiro.

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A parte comestível do tour

O primeiro tour Papacapim na Palestina de 2015 acabou faz uma semana. Sei que muita gente está esperando pra saber os detalhes, e ver as fotos, da viagem, mas é tanta informação que vou precisar fazer alguns posts pra conseguir mostrar tudo. E, como fiz ano passado, vou começar com a parte mais agradável e simples de contar: comida.

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7 coisas muito boas que descobri na França

Cheguei na Palestina alguns dias atrás e embora eu já esteja totalmente mergulhada na loucura local (quem me acompanha no Instagram e, principalmente, no FB sabe do que estou falando), queria dividir com vocês as delícias que degustei na França durante minha última viagem ao país. Algumas eu já conhecia e adorava, outras eram novidades pra mim.

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De mudança e o comentário mais engraçado

No início da semana passada deixei Londres. Eu tinha ido pra lá com a intenção de ficar somente seis meses, então já cheguei com a data da partida programada. A experiência foi maravilhosa. Aprendi muito, melhorei minhas habilidades culinárias, conheci gente incrível e descobri lugares veganos deliciosos. E ainda tive o privilégio de ser temporariamente adotada e de dividir a cama com Danny, que aqueceu meus pés cansados nas noites frias inglesas.

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Guia Vegano de Natal – parte 3

Quando escrevi o primeiro Guia Vegano de Natal, em 2012, comer fora de casa ainda era um desafio pros veganos natalenses ou de passagem pela cidade. Um ano depois as opções tinham aumentado e escrevi a segunda parte do Guia. Esse ano fiquei extremamente feliz ao perceber que, seguindo a tendência mundial, o movimento vegetariano/vegano está ganhando força na cidade. Embora ainda não possa ser considerada um paraíso vegano, hoje a lista de restaurantes veganos/vegetarianos em Natal está mais longa e, o que me deixou mais impressionada, opções de pratos 100% vegetais aparecem no cardápio de vários restaurantes onívoros. Por isso repito: o futuro é vegetal!

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Tour político/ativista/gastronômico (vegano) na Palestina 2015

Lembram do tour Papacapim na Palestina que aconteceu em novembro? Se você é novo no blog, aqui vai um resumo breve. Ano passado decidi colocar em prática uma ideia antiga: guiar um grupo de brasileiros na Palestina, pra compartilhar um pouco da vivência incrível que tive naquela terra durante os cinco anos em que chamei a Terra Santa de lar. Foram duas semanas intensas, recheadas de momentos especiais e encontros inesquecíveis. Esses posts mostram um pouco do que vivemos por lá, com  relatos dos participantes  e muitas fotos:

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Sobre as férias

Nem sei porque chamo o tempo que passo no Brasil de férias, pois sempre dou um jeito de trabalhar quando estou por lá. Mas imaginando que cabe um pouco de trabalho durante as férias, especialmente o tipo de trabalho feliz que faço, vou continuar chamando de férias. Acho que dessa vez a viagem a Natal foi ainda menos repousante porque passei várias semanas ocupada preparando a próxima etapa: Londres.

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10 coisas muito boas que descobri na Itália

Uma das melhores partes de viajar é, pra mim, descobrir novos ingredientes e ver o que os nativos gostam de fazer com eles. Nem sempre os pratos tradicionais que descubro nas minhas andanças pelo mundo são 100% vegetais, mas eles podem me inspirar de várias maneiras. Porém em alguns lugares os nativos têm uma admirável intimidade com vegetais e fazem as coisas mais surpreendentes e deliciosas com eles. É o caso da Toscana. Na última vez que estive por lá, em outubro, descobri algumas coisas muito boas. Ingredientes, receitas tradicionais e uma tradição gastronômica que eu imagino que deve se repetir em muitos lugares do mundo, mas que eu descobri, e pude participar pela primeira vez, durante essa viagem.

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24 horas em Lisboa

Entre a França, onde passei as últimas semanas de dezembro, e o Brasil, onde estou agora, fiz uma conexão de 24 horas em Lisboa. Eu tinha ido à Lisboa muitos anos atrás e lembrava de ter adorado a cidade. Mas como eu não era vegana na época, não sabia que opções de comida vegetal a cidade tinha pra oferecer. Eu só fiquei um dia na cidade, mas estava decidida a usar esse tempo pra passear pelas ruas dos bairros do centro histórico e comer no maior número de restaurantes veganos possível.

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Tour Papacapim na Palestina – parte 2

Um dia, quando morava na Palestina, tive uma ideia louca: levar um grupo de brasileiros pra lá e dividir com eles um pouco do que vi, vivi e presenciei naquelas terras. A luta por justiça, a criatividade na maneira de resistir a ocupação militar israelense, a dignidade do povo, mas também as paisagens, a comida, os sorrisos… A ideia de um tour político-gastronômico-ativista morou no meu peito durante alguns anos, mas eu sempre pensava: “Quem seria louco ou louca o suficiente pra ir até a Palestina fazer um tour desses com a minha pessoa?”.

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Tour Papacapim na Palestina – parte 1

Não é fácil descrever tudo que aconteceu durante o tour político-gastronômico/vegan-ativista que organizei na Palestina em Novembro. Ainda estou pensando em como dividir essa experiência, tão intensa, emocionante e repleta de momentos impossíveis de traduzir em palavras, com vocês. Então a primeira parte, gastronômica-turística, será visual. Essas foram algumas (só algumas) das coisas que degustamos e visitamos durante as duas semanas que durou a viagem.

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Voltando aos pouquinhos

Depois de um mês e meio morando em um campo de refugiados na Palestina a sala confortável e espaçosa de onde estou escrevendo essas linhas, no interior da França, me parece o palácio de Versailles. Tem uma lareira acesa aqui do lado. Tem uma parede de vidro na minha frente com vista pra um imenso jardim. Vivaldi está tocando baixinho. E eu estou borbulhando de alegria, achando tudo lindo e delicioso.

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Um jantar na Toscana

Faz menos de 24 horas que cheguei em Tel Aviv e estou escrevendo essas linhas da casa da minha amiga Johanna. Ontem tomei café da manhã em Paris. Antes de ontem no interior da França e dois dias antes disso eu estava na Itália. Passar de um país pra outro nessa velocidade me deixou tonta e meu cérebro ainda está processando as mudanças.

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Tour político/ativista/gastronômico(vegano) na Palestina

Queridos leitores,

Tenho um anúncio e tanto pra fazer hoje! Estão preparados? Lá vai. Estou planejando uma visita à Palestina do 4 ao 18 de Novembro e vou aproveitar pra fazer algo que sempre sonhei: guiar um pequeno grupo de brasileiros numa viagem política/ativista/gastronômica(vegana). Os objetivos dessa viagem são: encontrar palestinos e conferir as iniciativas de resistência não-violenta à ocupação israelense, mostrar solidariedade ao povo palestino, descobrir as belezas naturais dessa terra (que pouca gente conhece), a cultura e a deliciosa culinária palestina, que é altamente vegan-friendly. E, ao decidir visitar a Palestina, também vamos apoiar a economia local que sofre imensamente por causa da ocupação. Essa viagem será extremamente enriquecedora, algo realmente inesquecível e que tenho certeza que terá um impacto profundo na vida dos viajantes.

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Pra sonhar

Voltei uns dias atrás de mini férias no interior da França. É sempre uma delícia passear por lá, especialmente nessa época do ano, quando o verde está mais verde do que nunca. E as belezas do campo me fazem inevitavelmente querer morar no mato, plantar legumes e frutas, comer embaixo das árvores e ter um ritmo de vida mais tranquilo (mas com acesso à internet). Sei que tenho aquela imagem bucólica da vida no campo que só quem nasceu e cresceu em uma cidade grande (e depois foi morar em uma maior ainda) tem e que nem sempre corresponde à realidade. Mas de vez em quando gosto de sonhar com hortas, galinhas de estimação, casas rústicas e ouvir grilos depois do pôr do sol. Então queria dividir algumas fotos da viagem com vocês. Pra vocês sonharem comigo.

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Guia Vegano – Amsterdã

Visitei Amsterdã pela primeira vez onze ou doze anos atrás e embora a viagem tenha sido muito agradável, com exceção de um episódio extremamente embaraçoso que envolveu um baseado (prefiro não comentar), não lembrava de quase nada da cidade. Um canal, uma bicicleta vermelha alugada, um quadro de Van Gogh e uma dúvida: eu visitei ou não visitei a casa de Anne Frank? E, curiosamente, minhas memórias gastronômicas dessa viagem são completamente inexistentes. Tenho certeza que me alimentei durante os dias que estive por lá, mas tirando um enorme queijo gouda com cominho, não lembro do que passou pela minha boca (teve o infame baseado, mas já combinamos que é melhor não comentar episódios embaraçosos do passado). Na época eu ainda era onívora e meu interesse por comida, embora presente desde sempre, não era tão aguçado quando ele é hoje.

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Fui ali em Paris

Acabo de voltar de quatro dias em Paris. Uma das melhores coisas de ter voltado a morar na Europa é poder pegar um ônibus ou um trem e em duas horas estar em outro país. Dessa vez fui dar aulas de culinária palestina e preparar um jantar pra acompanhar a exposição de uma noite que Anne fez por lá. Eu sei, não faz muito sentido ter aulas de culinária palestina com uma brasileira, mas acabei virando a rainha do hummus e do makluba. Claro que todas as minhas aulas são veganas, mas isso nunca foi um problema. A culinária palestina é extremamente vegan-friendly e é fácil veganizar os pratos que geralmente usam animais. Quando eu morava em Belém minha vizinha, Violete, era uma palestina cristã ortodoxa e durante a quaresma ela seguia (como os outros cristãos ortodoxos) um regime completamente vegano. Violete e outros amigos palestinos cristãos me ensinaram as versões veganas dos pratos mais tradicionais e como passei anos trabalhando num projeto de culinária no campo de refugiados de Aida pude acumular bastante conhecimento sobre o assunto. Mas se alguém tivesse me dito alguns anos atrás, quando fui morar na terra santa, que um dia eu daria aulas de culinária palestina eu teria dado uma gargalhada. Pois é, a vida é cheia de surpresas (felizmente).

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Me apaixonar não estava nos meus planos

Mês passado fez seis anos que cheguei na Palestina de mala e cuia, decidida a morar na terra santa. Ainda lembro perfeitamente desse dia. Na verdade lembro perfeitamente, com minúcia de detalhes, dos dias que antecederam minha chegada também. E Jerusalém está no coração desses eventos. Já contei pra vocês como fui parar na Palestina? Então procurem um assento confortável e uma caneca de chá que lá vem história.

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48 horas em Paris

Nesse último fim de semana eu estive em Paris pra participar do ‘Paris Vegan Day’, o maior evento vegano da França. Só dura um dia e reúne expositores de comida, cosméticos, marcas de roupas, sapatos e bolsas, tudo 100% vegano, além de várias associações vegs e de proteção aos animais. E não é tudo! Teve também palestras e aulas de culinária vegetal e como se isso não fosse suficiente pra deixar qualquer vegano com a impressão de ter morrido e ido direto pro paraíso, o local de evento, os Docks, nas margens do rio Sena, era lindo e tinha um restaurante vegano (MOB, especializado em hamburguers e outros sanduíches veganos) no térreo. O que mais pedir? Como não pude participar do VegFest em Curitiba, essa foi a minha consolação.

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