Guia Vegano Natal- parte 2

Ano passado fiz o Guia vegano Natal, onde reuni alguns restaurantes (vegs ou com opções vegs) e lojas de comida na cidade do sol. Durante as férias desse ano descobri novos endereços bacanas pra nós veganos/vegetarianos e interessados em ingredientes e pratos vegetais saborosos em geral. As descobertas desse ano foram: um restaurante vegetariano, mas que é quase todo vegano, uma pizzaria com ótimas opções pro pessoal veg e uma loja que vende as melhores oleaginosas e frutas secas da cidade! (Assim que cheguei ao Brasil a lente da minha câmera fotográfica quebrou e passei a usar a da minha irmã, que tem uma qualidade muito inferior. Isso explica porque as fotos não estão tão boas.)

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Lucena

Praia é, pra mim, o lugar mais difícil de ser vegano. Já repararam que restaurantes e barracas na praia só servem peixes, frutos do mar e outros produtos de origem animal? Se tiver macaxeira frita e feijão verde (as únicas opções veganas que esse tipo de estabelecimento serve aqui no Nordeste, além, claro, de batata frita e salada de alface com tomate) considere que é o seu dia de sorte! Por isso fiquei extremamente feliz quando uma leitora sugeriu o restaurante vegetariano/vegano La Verde Vida, em Pirangi. A praia fica a poucos quilômetros de Natal e é passagem obrigatória pras praias mais badaladas do Litoral Sul. Infelizmente chegamos tarde e já não tinha tantas opções, mas apesar disso me deparei com uma variedade boa de pratos, todos saborosos e muitos extremamente criativos. Bife de caju, torta salgada de jaca verde, ensopado de mamão verde e a famosa lasanha de jaca (único prato que não era vegano no dia) são alguns exemplos. O arroz da terra e o feijão estavam suculentos e ainda pude degustar três sobremesas veganas! Tudo regado com um chazinho de gengibre e maracujá de lamber os beiços. Junta-se a isso a atmosfera relaxada do lugar, os preços acessíveis e a simpatia sem tamanho de Gladis, a dona da casa, e o resultado é um restaurante que realmente vale a pena visitar (e voltar sempre que possível).

Vai lá: Restaurante La Verde Vida Av. São Sebastião, 241, praia de Pirangi do Norte (estacione perto do hospital, na rua paralela). Aberto para almoço aos sábados e domingos (chegue cedo!). Contato: 8873-3063 e 9150-8180.

Ano passado descobri uma pizzaria tradicional italiana em Ponta Negra e fiquei feliz da vida em poder degustar pizzas de qualidade. Esse ano, graças à minha irmã e ao meu sobrinho, visitei a pizzaria Rossopomodoro, também em Ponta Negra, e me encantei. A massa tradicional italiana, fininha, saborosa e ligeiramente crocante, é do jeitinho que eu gosto. E no longo cardápio, não faltam opções pros veganos. Na verdade só tem uma pizza vegana ( se não me engano se chama ‘marinara’ e tem molho de tomate, orégano e acho que nada mais), porém tem algumas opções vegetarianas e é só pedi-las sem queijo. Não só eles não fazem cara feia quando você pede pra fazer sua pizza sem queijo, como também é possível acrescentar ingredientes como tomate seco, rúcula, alcaparras e alcachofas. Minha preferida (a da foto acima) tem tomate seco e rúcula e sempre pedia pra acrescentar alcaparras. Como vocês podem ver, eles são generosos com os ingredientes. Eles também servem um molhinho estilo pesto que é vegano (só tem manjericão, alho e azeite), então sempre comia minhas pizzas lambuzadas com ele. E pra tudo ficar ainda melhor, os preços são camaradas.

Vai lá: Pizzaria Rossopomodoro Av. Praia de Búzios, 9055, Ponta Negra. Contato:  3219-0347. Fechado nas quartas-feiras.

O bairro do Alecrim continua sendo um ótimo lugar pra comprar cereais, leguminosas e oleaginosas com qualidade e preços bons. Mas esse ano minha irmã me levou pra loja Lucena, que é um verdadeiro paraíso pros amadores de castanhas e frutas secas. Encontrei as melhores (e maiores) castanhas do Pará que já comi, vários tipos de castanha de caju (uma especialidade do nosso estado), oleaginosas mais exóticas e todo tipo de fruta seca imaginável (morango, caju, banana, blueberry, cranberry, abacaxi…) e semente de chia pelo melhor preço da cidade (70 reais o quilo. Pode até parecer muito, mas nos supermercados da cidade o quilo sai por volta de 120 reais). Essa loja também vende cachaças envelhecidas, quinoa, amaranto, óleo de linhaça e outros produtos especiais, mas o que mais gostei lá foram as oleaginosas e frutas desidratadas. E os preços? Ainda mais em conta do que no Alecrim! Essa loja com certeza se tornou um dos meus endereços preferidos na cidade.

Vai lá: Produtos Lucena Rua Agnaldo Gurgel Júnior, 10, Candelária (perto do encontro das avenidas Integração com a Salgado Filho). Contato: 3207-8079. Vejam o site deles aqui.

Gostaria de ter visitado mais lugares e de ter organizado algum evento com os leitores de Natal (Marcela e Giselle, fiquei em dívida com vocês, perdão). Achei que dessa vez, por ficar dois meses inteiros lá, encontraria tempo pra fazer tudo, mas… Na minha lista pro ano que vem tem o restaurante A Casa, em Potilândia. É vegano, é barato e quem comeu por lá gostou. Chegue cedo, pois esse lugar pequeno é bem popular, então a comida acaba rápido (tentei ir depois das 12.30 e já não tinha mais nada). E, claro, pretendo encontrar os leitores papa-jerimuns. Talvez se eu começar a planejar agora, o evento (enfim!) aconteça.

Degustando

Acabo de chegar à França, meu lar temporário durante o próximo mês. Houve um tempo em que eu me sentia em casa nesse país. Mais ainda nessa nessa época do ano, quando eu voltava das férias no Brasil e me preparava pra começar mais um ano letivo em Paris, enquanto curtia os últimos dias do verão. Senti uma espécie de déjà vu ao pisar aqui, mas embora os aromas, as cores e os sabores ainda me sejam familiares, me sinto uma estranha nesse lugar. Mas o lado bom de me sentir como uma turista é que aproveito melhor as delícias que a França tem pra oferecer.

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Enquanto o blog dormia

Os leitores que acompanham o blog sabem que estive ausente nas últimas semanas porque estava de férias no Brasil. Senti falta de vocês. Quem diria que eu ia acabar tomando gosto por esse exercício meio esquizofrênico de ficar monologando diante da tela do computador. Felizmente a interação que acontece nos comentários, e que transforma o monólogo em diálogo, me faz sentir menos esquizofrênica. Amigos, estou muito feliz em estar de volta aqui e gostaria de contar o que andei fazendo enquanto o blog dormia.

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Quatro aviões, uma van, um ônibus, um táxi…

Genebra

…e um pedaço a pé. Foi isso que tive de enfrentar na viagem de volta, que durou dois dias. Vou precisar de mais alguns dias pra me recompor da aventura, mas prometo voltar ao ritmo normal de posts aqui no blog em breve. Enquanto isso queria dar uma palavrinha sobre… comida da Etiópia e Eritreia. Explico.

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Guia Vegano Rio de Janeiro

A primeira cidade brasileira a entrar na série “Guia Vegano” não podia ser mais encantadora. Minha primeira visita ao Rio foi mais curta do que eu gostaria e me deixou com vontade de voltar correndo pra lá na primeira oportunidade. Menos de duas semanas nessa cidade e eu, que sempre achei que a fama de maravilhosa era exagero, fui obrigada a incluir o Rio na minha lista de lugares onde adoraria morar. Mas enquanto espero pisar novamente no solo carioca, vou compartilhar alguns lugares interessantes que pude visitar por lá.

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Dezembro

Mês passado Celine, a irmã do meio de Anne, veio nos visitar pela primeira vez. Vivemos cercadas de belezas naturais, mas nosso ritmo de trabalho é tão intenso que só mesmo quando recebemos visitas nos “forçamos” a aproveitar. E porque hoje é segunda e o dia está frio e escuro, comecei a olhar as fotos e relembrar essas ensolaradas micro férias que tiramos quando Celine estava aqui. (Conselho: clique nas fotos menores pra aumentá-las e admirar melhor as belezas desse lugar.)

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Natal em Belém, Palestina

Eu não sigo nenhuma religião, mas passar o natal em Belém é algo especial, mesmo pra mim. Não é a data que me emociona, mas o lugar. Segundo contam por aqui, quando Jesus nasceu a estrela de Belém guiou os três reis magos até o lugar do nascimento. O caminho que eles fizeram virou uma rua, a rua da estrela. É nessa rua que moro. No lugar do estábulo hoje está a igreja da Natividade. Se eu caminhar até o final da minha rua, chego em frente à igreja. Gosto de caminhar devagarzinho, parando de vez em quando pra tocar com as pontas dos dedos as pedras que estão aqui desde aqueles tempos antigos. A foto acima é a minha rua, iluminada pro natal. Os reis magos não precisariam mais da estrela pra guia-los se passassem por aqui hoje…

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Guia Vegano – Londres

Além de ser uma cidade fascinante do ponto de vista histórico e cultural, Londres acolhe os visitantes veganos de braços abertos. É um dos poucos lugares (por enquanto) onde veganos  não tem dificuldade nenhuma pra achar comida pros seus estômagos herbívoros. Melhor ainda: a cidade oferece pratos vegetais absolutamente deliciosos, detalhe que faz toda a diferença pra quem é obrigado a se contentar com saladinha e outras comidas sem graça nos restaurantes.  De sanduíches à alta gastronomia vegana, passando por cafés e restaurantes étnicos, Londres é um verdadeiro paraíso vegetal.

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Guia Vegano – Bruxelas

Bruxelas não é a cidade mais vegan-friendly que visitei, mas tem opções suficientes pra satisfazer os veganos de passagem. As três especialidades gastronômicas são cerveja, batata frita e chocolate. Batata frita, embora chamada “french frie” em Inglês, nasceu na Bélgica e se você é fã saiba que vai se deliciar com as melhores fritas do mundo. Elas são vendidas por todos os cantos da cidade, em barraquinhas ou lanchonetes e, naturalmente, são veganas. Mas atenção: os belgas têm a estranha mania de comer batata frita com maionese (senhor!), entre outros molhos gordurosos, então peça a sua sem molho nenhum ou, se gostar, com ketchup.

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Vegano na estrada

Como respeitar seu veganismo nas viagens sem passar fome

Ouvi (e li) várias pessoas dizerem que é muito difícil, ou praticamente impossível, ter uma alimentação vegana durante as viagens. Embora eu seja a primeira a reconhecer que é muito mais fácil ser vegana aqui em casa do que durante minhas andanças mundo afora, tenho a firme convicção que com um pouco de planejamento, conhecimento sobre a culinária do local a ser visitado e flexibilidade, ninguém precisa sacrificar seus principios durante as férias. Faz quatro anos que me tornei vegana e durante esse tempo viajei bastante, passei por países bem diferentes, usei vários meios de transporte (avião, trem, ônibus, carro) e de hospedagem (hotel, casa alugada, apartamento de amigos e familiares…). Por ter acumulado uma certa experiência no assunto, posso dar alguns conselhos baseados no que aprendi durante minhas aventuras.

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Veganland

Depois de Paris e Bruxelas as férias continuaram em Londres e Berlim, de onde estou escrevendo essas linhas. Amigos, essas duas cidades são verdadeiros paraísos veganos. Londres, que eu conheço bem, sempre me encantou por oferecer opções veganas por todos os lados, mas Berlim, que estou visitando pela primeira vez, ganhou o nobel do veganismo. Mais detalhes aparecerão por aqui quando eu voltar pra casa (estou planejando um mini guia vegano de Berlim, Londres e Bruxelas), mas queria dividir um pouquinho dessas maravilhas com vocês hoje. Bem vindos à veganland!

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Vale do Jordão

Já que estou sem tempo de cozinhar algo digno de aparecer por aqui, vou continuar falando das minhas atividades extra-gastronômicas. No fim de semana passado pude visitar, pela primeira vez, o vale do Jordão. Sem entrar nos detalhes geo-políticos, essa região fica no norte da Cijordânia, nas margens do Rio Jordão. Pra quem está se perguntando onde fica a Cijordânia aqui vai a resposta: a Palestina hoje é dividida em duas partes, a maior fica entre Israel e a Jordânia e é chamada de Cijordânia e a pequena língua de terra entre Israel e Egito é a Faixa de Gaza. O vale do Jordão é o lar de muitas tribos beduínas, que vivem essencialmente do cultivo da terra e da criação de ovelhas e cabras. A maior cidade da região é Jericó, a mais antiga cidade habitada do mundo (mais de 10 mil anos) e a mais baixa (260m abaixo do nível do mar). Há tempos que Anne trabalha nesse lugar, junto com o coletivo de fotógrafos do qual ela faz parte. Por ser uma área de difícil acesso, e por estar sempre ocupada com meu trabalho em Belém, eu nunca tinha visitado o Vale do Jordão. Temos uma amiga francesa que trabalha em uma ONG local e como eles estavam precisando de voluntários sábado, resolvi juntar a vontade de ajudar com a de visitar e acompanhei Anne (que estava indo por causa do trabalho).

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Jerusalem

Faz quase três anos e meio que sentei nas muralhas de Jerusalem e a vista da cidade antiga terminou de me convencer a tomar a decisão mais inusitada da minha vida: me mudar pra Palestina. Eu ignorei totalmente o frio na barriga que essa decisão provocou em mim e continuei adimirando a paisagem. O medo de me mudar pra um lugar totalmente desconhecido, de não me adaptar, de jogar pro alto uma vida confortável e arrumadinha na cidade luz, de me arrepender… sacudi a cabeça pra afastar os pensamentos negativos e respirei fundo aquele ar carregado de história. Eu ia começar uma vida nova, intensa, palpitante, cheia de surpresas e com um significado maior.

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Primavera em Belém

No domingo de Páscoa minha vizinha nos presenteia com um pratinho de “ma’amul” (doces palestinos que os cristãos fazem durante a Páscoa, e os muçulmanos durante o Ramadan), chocolates, amêndoas doces e ovos cozidos coloridos, pintados por ela mesma (que eu ofereço aos amigos não veganos). Não seguimos nenhuma religião aqui em casa e se não fosse pela gentileza dessa vizinha, e as barulhentas procissões que tomam conta da cidade nessa época do ano, eu nem perceberia que estamos na semana santa. Nada de almoço especial, nem ovos (ou sobremesas) de chocolate aqui no blog, mas como moro na terra santa, e que nunca publiquei fotos da cidade onde moro (tirando essas), resolvi mostrar um pouco desse lugar mágico que é Belém durante a primavera.

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