O segundo tour na Palestina (de 2015)

Faz exatamente um mês que passei aqui pelo blog. A causa da ausência foi o trabalho na Palestina (quem me segue no Instagram acompanhou toda a aventura). Esse foi o terceiro Tour Papacapim na Palestina que organizei e, como sempre, gostaria de dividir com vocês alguns dos momentos que passamos juntos. As fotos foram feitas por mim, mas principalmente por Carol e Marcelo e mostram um pouco do que vivemos durante as duas semanas do tour. Talvez as imagens pareçam um pouco confusas pra quem olha de fora e não conhece muita coisa sobre a Palestina, mas elas traduzem bem o espírito dessa viagem.

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1- No campo de refugiados de Aida, em Belém, onde o grupo fica hospedado durante o tour.

2 e 3- Nossa casa no campo e as várias conversas que tivemos por lá.

4- Passeando por Belém encontramos uma coleção das armas usadas pelo exército israelense contra a população civil (latinhas e granadas de gás lacrimogêneo, balas reais, balas de chumbo coberta com uma camada de borracha…). As ruas ficam cobertas com essas armas, principalmente nas sextas quando tem o protesto semanal contra a ocupação.

5- Na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém.

6- Lubna, que trabalha na ONG de direitos humanos Badil, explicando o regime de deslocamento forçado da população, colonização e Apartheid imposto por Israel.

7, 8, 9, 10- Aula de culinária tradicional palestina (e vegana!) com Islam, que nos hospedou no campo de Aida. Fizemos folhas de parreira e abobrinhas recheadas (com arroz e verdurinhas), pão com za’atar e azeite e salada com molho de tahine.

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11- Durante o tour político em Hebron, no sul da Cisjordânia, tivemos que passar por dentro das casas dos moradores pois o exército israelense fechou boa parte da cidade aos palestinos e estrangeiros. Nessa cidade palestina, onde centenas de colonos israelenses moram ilegalmente, a maioria em casas confiscadas aos palestinos, protegidos por milhares de soldados, a vida da população local é um inferno constante. Desde o começo de outubro dezenas de palestinos dessa cidade foram assassinados pelo exército ou pelos colonos. Como um parte da cidade foi fechada aos palestinos, os moradores tiveram que derrubar os muros entre as casas pra poderem se locomover de um ponto a outro diariamente, no caminho do trabalho, escola, faculdade… E foi o que fizemos.

12 e 13- Zuleikha, nossa guia local, e eu tentando convencer os soldados israelenses a nos deixarem passar pela rua e visitar um jardim de infância palestino. A ‘conversa’ durou quase meia hora e a história de como conseguimos passar é quase surreal.

14- Entrando no jardim de infância, depois de ter conseguido convencer os soldados israelenses que uma senhora palestina visitando um jardim de infância na própria cidade acompanhado de alguns amigos não é crime.

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15- Piquenique no vilarejo Artas.

16 e 17- Almoço tradicional no restaurante Afteen, em Belém.

18- O grupo com Islam, nossa anfitriã e a coordenadora do projeto de empoderamento de mulheres Noor, e sua filha caçula, Sidra. Islam, Myriam (uma voluntária belga) e eu criamos o projeto cinco anos atrás e ele continua firme e forte.

 19- Torres de sabão de azeite, um produto tradicional palestino, secando em uma fábrica em Nablus, no norte da Cisjordânia.

 20- Minha mercearia preferida em Nablus.

 21- O grupo completo: Marina, Carolina,Daniela, Meriel, Marcelo e eu.

 22- O melhor, o mais incrível, o mais maravilhoso hummus do mundo: Abu Shukri, na cidade antiga de Jerusalém. O grupo ficou tão impressionado que resolveu criar uma nova religião: o Hummuismo. Eu já me converti e todos os dias colocamos nossos tapetinhos no chão na direção do restaurante Abu Shukri e rezamos pro Hummus primordial.  Agora sou hummusexual e hummuista:)

Ando recebendo muitas perguntas (por email, via Instagram e FB) sobre o tour do ano que vem. Vou repetir aqui o que andei dizendo por lá: não haverá tour em 2016. Eu tenho vários planos pro ano que vem e infelizmente não vai caber a Palestina na minha agenda. Mas quem sabe em 2017…

Mais fotos e histórias dos tours passados:

Novembro de 2014

Voltando aos pouquinhos

Parte 1

Parte 2

Outubro de 2015

A parte comestível do tour

A colheita de azeitonas

Sobre humanidade

11 comentários em “O segundo tour na Palestina (de 2015)

  1. Acabo de descobrir que não sou atéia! Sou hummuista!! XD
    Hummussexual é ótimo tb! E sigo me descobrindo!
    Aquelas trouxinhas de folha, com arroz e vegetais devem ser muuuuito deliciosas!
    Tudo parece muito bom 🙂

  2. Pelo amor de Deus, Sandra! Tem que ter tour em 2016!!! Em 2014 eu estava recém parida e não pude ir, esse ano meu filho ainda é muito pequeno pra passar tantos dias longe de mim (e ele ainda mamava), mas ano que vem já dá pra ir!!! PRECISO viajar com você para essa região, para aprender mais sobre ativismo, sobre veganismo (sou uma onívora admiradora do veganismo e buscando ajuda para essa transição), preciso me entupir de hommus e falafel! Diz que siiiiiiiim… Por favoooooor!!!

    1. Ana Paula, eu quero muito te levar pra lá, mas em 2016 não será possível, por mais de um motivo. Esse ano já está todo programado pra mim, até o finalzinho de dezembro, mas acredito que vai ter outros tours bem no início de 2017. E espero contar com a sua presença.

  3. Depois de comer um pouco de hummus fermentado que estava na geladeira há cerca de 3 meses, entrei em transe e recebi o Credo do Hummus Primordial. Prostrai-vos, hereges!

    “Creio no Hummus Primordial, todo saboroso, criador do céu e da terra. E em Abu Shukri, seu único cozinheiro, Nosso Provedor, que foi concebido pelo poder do Tahine Ungido, nasceu da Mãe Palestina, padeceu sobre gás lacrimogêneo, foi apedrejado, morto e carregado pelo Crescente Vermelho, desceu aos porões da Shin Bet, fermentou ao terceiro dia, subiu aos céus e está sentado à direita do Hummus Primordial, Todo Saboroso, donde há de vir alimentar os vivos e os mortos. Creio no Tahine Ungido; na Santa Igreja Hummística; na expulsão dos colonos; no direito ao retorno; na ressurreição da esperança; na Palestina livre; saravá!”

  4. Eu parei aqui procurando no Google receitas com nori. E acabo de me encantar com o seu blog. Cliquei na home para ver o post atual e uma experiência super incrível de viagem, cultura e comida. A minha vontade foi pegar a travessa de zaatar e comer tudinho! Também estou delirando aqui com o post sobre colher cogumelos. Já sentiu vontade de abraçar alguém virtualmente? Sinta-se abraçadíssima.

  5. Fiz hoje para o almoço a salada de rúcula e morango com redução de vinagre balsâmico (só troquei a rúcula por agrião, porque eu não a tinha aqui em casa) e ficou incrível! Fiz pra minha avó, acompanhado da sua receita de couve-flor assada (que também ficou muito bom!), feijão carioca e arroz integral. Uma refeição simples e muito saborosa, só tenho a agradecer você por compartilhar essas receitas com a gente, muito obrigado mesmo! Minha avó é apaixonada por carne animal (de qualquer tipo) e laticínios, só que ela tem pressão alta e sofre com dores e inchaços nos joelhos por causa do peso, então sugeri que ela fosse vegana comigo por pelo menos uma semana (ainda não sou vegano, continuo comendo ovos e raramente queijos, infelizmente por recomendação de uma nutróloga, já que eu tenho 16 anos e ela diz que eu estou em fase de crescimento e necessito de bastante proteína, não tendo como atingir toda a minha necessidade com uma alimentação completamente vegetal, apesar de eu saber que tem como, sim, mas a minha mãe ainda se preocupa bastante com o fato de eu ter me tornado ovolactovegetariano e eu continuo comendo ovos e raramente tomando leite pra não deixá-la tão preocupada, já que isso foi recomendado por uma nutróloga que (infelizmente) é bem reconhecida aqui na minha cidade) e ela simplesmente tá adorando as refeições veganas que eu faço pra ela, sendo que a maioria eu pego daqui do seu blog. Por sinal, ela tá se sentindo muito melhor e o inchaço nos joelhos diminuiu consideravelmente. Obrigado por estar me ajudando a melhorar a saúde de uma pessoa tão importante pra mim! Suas dicas sobre nutrição e suas receitas são incríveis, adoro também a maneira como você escreve e como transmite os seus sentimentos.

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