De volta

Faz pouco mais de 24 horas que voltei pro aconchego do meu lar. As férias acabaram e vou enfim limpar a teia de aranha desse blog abandonado. Mas antes de publicar receitas novas, e eu tenho algumas deliciosas pra dividir, vou prolongar o prazer da viagem mais um pouquinho. Algumas das coisas que fiz durante o mês de novembro:

Escutei muito um disco velho de Bob Dylan.

Matei a saudade de macaxeira.

Vi um pé de pimenta do reino pela primeira vez na vida.

Comi jaca, o que eu não fazia há uns 15 anos.

Descobri uma maneira nova de comer chia: hidratada na água de coco e misturada à lama de coco.

Falando em coco, tomei muita água de coco, mas ainda queria mais. Uma droga não ter coqueiro aqui onde moro!

Dei palestras sobre a violação dos direitos humanos e a resistência popular não-violenta na Palestina.

Comi meu prato preferido no mundo: o feijão preto da minha mãe. Ninguém sabe como ela consegue fazer algo tão simples ficar tão bom. Se eu tivesse que pedir minha ultima refeição, acho que seria a da foto: feijão da minha mama acompanhado de arroz, jerimum refogado, couve refogada com alho e salada. Acho que acrescentaria uma banana também e morreria feliz.

Viajei com minha mãe e meus irmãos caçulas e passei dois dias inteiros rindo. Todo mundo merece irmãos caçulas como os meus.

Observei os gatos da minha mãe. Depois que Shams passou pela minha vida me apaixonei por gatos. Eu que sempre preferi cachorros e até tinha um certo desprezo pelos bichanos me pego agora alisando gatinhos durante horas. Esses dois são irmãos e muito unidos, só dormem juntinhos.

O gatinho que encontrei dentro do motor do caminhão do meu pai no começo das férias, e que batizei de Jihad, era uma gatinha. Não encontrei família pra ela, então ela foi pro sítio dos meus pais, morar com Tico e Teca, os gatos das fotos acima, mais outra gata e dois cachorros.

Levei ela de volta pra Natal pois ela precisava ir ao veterinário e, como ela conseguiu fazer amizade com o cachorro da casa, acabou ficando por lá. Em poucas semanas ela teve muitos nomes. Minha mãe primeiro trocou Jihad por Cravinho (por causa da cor, branca como um cravo), mas quando descobriu que ele era ela, começou a chama-la de Cravinha. Ela pegou sarna e estava cheia de feridinhas, então desde que ela voltou pra Natal meu sobrinho apelidou a pobre gatinha de Perebas e infelizmente o nome pegou.

Esse é Lilo, o poodle maluquinho que fez amizade com Perebas.

Conheci Cibele, uma das melhores coisas que me aconteceram esse ano. Ela é leitora do blog e foi parar em Natal pra me encontrar (e pra conquistar a minha família inteira). Obrigada por ter se tornado minha mais nova amiga, Cibele.

Volto em breve com muitas receitas (enfim!).

13 comentários em “De volta

  1. posso deixar público? desceu até uma lagrimazinha.

    leitores deste blog: todo o deleite que são as receitas, os textos, as fotos e os esclarecimentos do papacapim – devo lhes revelar – é só a ponta de um iceberg gigantesco (uma menina pequenininha onde cabe mais história que na biblioteca de alexandria).

    eu tive a honra impagável de mergulhar pra ver. e hoje ela já tem medalhinha de ouro no hall dos amigos mais queridos.

    beijo de saudade, “ninha”.

  2. E eu que já tenho uma amiga Cibele há muitos anos? E ela descobre o Papacapim e divide comigo a mágica de ter descoberto Sandra, que cresceu nossa “vizinha” aqui no Nordeste e vai desbravar o mundo delicadamente, fazendo a diferença em cada passo e cada olhar.

    Lindas fotos, lindas receitas, linda você. Espero conseguir chegar mais perto, pra ver se me contamino,

    Desculpa, moça, já chegar querendo fazer a “íntima”. É que Cibele é um ótimo cartão de visita. E depois de ler mais um pouco as coisinhas aqui, eu já sinto sua falta. Eu sou a Carolina, da feijoada. E isto é um convite.

    Abraço.

    1. A Carolina que faz a melhor feijoada vegana do mundo? Eu preciso ser sua amiga também:-)

      Seja muito bem vinda, moça. Amiga de Cibele já chega com muitos pontos marcados aqui no papacapim. Tenho planos de fazer uma visita a Cibele ano que vem e vê-la em seu habitat, porque hoje a equação ainda está desbalanceada: ela sabe uma ruma de coisa sobre mim, eu sei bem menos sobre ela. Então terei a oportunidade de te conhecer (espero) e de comer sua famosa feijoada (espero muito!).

      Um abraço da terra santa

  3. Sei que o convite de Cibele já inclui isso, mas só pra deixar claro: mi casa, su casa. Você e Anne tem pouso certo por aqui. Ficaremos muito felizes de tê-las mais perto quando for possível.

    P.S.: Eu posso não ter procurado direito, mas não vi receita de falafel, e eu tenho um rapazinho vegano que ficou louco por um que ele comeu em Paris este ano. Vamos trocar figurinhas =)

    1. Agradecemos muito a gentileza, Carolina. E quanto ao falafel, ainda não tem receita no blog. Como é o prato nacional palestino (muito popular nos países vizinhos também), eu quero fazer uma reportagem inteira sobre o assunto, talvez até com um videozinho. Então aguarde que vem coisa bacana por aí.

  4. Ai guria, ler teus posts pela manhã, me deixa alegre pelo dia todo. Não sei que magia é essa que tu tens de encantar as pessoas…

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