Tudo sobre os seus cosméticos

Faz muito tempo que estou devendo a uma amiga um post sobre as empresas de cosméticos que testam em animais. Eu queria escrever um artigo que tratasse não só da questão dos testes, mas também  da necessidade de cosméticos, do perigo que eles podem representar pra saúde e oferecer algumas alternativas práticas.

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Vocês merecem abraços e sorvete

Sorvete de manga e coco

Feliz ano novo a todos os leitores do papacapim! 2011 foi um ano maravilhoso pra mim e vocês são responsáveis por isso. Esse blog, que começou tão timidozinho, recebeu quase 120 mil visitas nesse ano que passou, enchendo a mãe de orgulho. Muito obrigada pela presença, pelos comentários e pelos e-mails. Eu gostaria de abraçar e cozinhar pra cada um de vocês. Vocês são fantásticos! Mas vamos voltar a falar de comida antes que eu me emocione demais.

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Verdoso, mas gostoso

Pesto de coentro e pistache

Aqui na Palestina o pessoal não é muito chegado a coentro. Eles colocam salsinha em todas as saladas, usam hortelã e sálvia no chá e temperam vários pratos com tomilho. Tem até um condimento típico que eles adoram chamado za’tar, uma mistura de tomilho seco e gergelim, que eles gostam de misturar com azeite e comer com pão. Mas coentro? Eles usam a semente em pó, mas nunca a erva fresca. Pelo menos nunca vi minhas amigas palestinas cozinhando com coentro e nem sequer vendem coentro na feira.

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Mais aveia na minha vida

Upma com aveia

Provavelmente a descoberta culinária mais excitante que fiz esse ano foi: aveia salgada é uma delícia. Não é engraçado como alguns cereais parecem destinados a ser salgados, enquanto outros só são consumidos em receitas doces? Aveia é uma das minhas comidas preferidas e, olha como tenho sorte, acontece de ser um dos alimentos mais saudáveis que existe. Por esses dois motivos tento comer aveia regularmente. Cansada de transformar minha aveia em papa, comecei a colocá-la em bolinhos doces e salgados, no pão… Mas eu sabia que ainda não tinha explorado todo o seu potencial. Então lembrei de uma receita indiana que foi meu café da manhã durante as semanas que passei por lá.

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Natal em Belém, Palestina

Eu não sigo nenhuma religião, mas passar o natal em Belém é algo especial, mesmo pra mim. Não é a data que me emociona, mas o lugar. Segundo contam por aqui, quando Jesus nasceu a estrela de Belém guiou os três reis magos até o lugar do nascimento. O caminho que eles fizeram virou uma rua, a rua da estrela. É nessa rua que moro. No lugar do estábulo hoje está a igreja da Natividade. Se eu caminhar até o final da minha rua, chego em frente à igreja. Gosto de caminhar devagarzinho, parando de vez em quando pra tocar com as pontas dos dedos as pedras que estão aqui desde aqueles tempos antigos. A foto acima é a minha rua, iluminada pro natal. Os reis magos não precisariam mais da estrela pra guia-los se passassem por aqui hoje…

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Menu de natal 4, parte 3

Pavê de morango com ganache de chocolate

Essa receita era o tema do vídeo que fizemos em Bruxelas em agosto, e que eu deveria ter publicado aqui no blog meses atrás. Acontece que durante a edição percebemos que tinha um problema com o som e o vídeo foi parar na lixeira. Mas a receita era boa demais pra acompanhá-lo e felizmente eu tinha feito algumas fotos do pavê no dia da filmagem. Desde então guardo essa delícia no meu baú de receitas, esperando um momento especial pra publicá-la. Esse momento acaba de chegar.

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Menu de natal 4, parte 2

Tourte de cogumelo e espinafre

Antes que perguntem, a “tourte” acima não foi um erro de digitação. Eu estava procurando um nome que pudesse descrever o prato que criei especialmente pro quarto menu de natal e como não achei nada em Português que expressasse fielmente o conceito, optei pelo nome em Francês (leia “turt”). Na França, uma torta (“tarte” em Francês) é uma massa coberta com um recheio, enquanto que a “tourte” é uma torta fechada, ou seja, tem uma camada de massa, o recheio e uma segunda camada de massa cobrindo tudo. Pra ficar ainda mais complicado, minha tourte é individual, triangular e nada ortodoxa. Mas vamos deixar de lado esses problemas de nomenclatura e nos concentrar na gostosura, pois, como diria Shakespeare, se a tourte tivesse outro nome, ainda assim ela teria o mesmo sabor.

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Menu de natal 4, parte 1

Como prometido, aqui vai a quarta sugestão de menu de natal vegano. Esse menu, todo inédito, vai chegar aos pouquinhos: hoje  publico uma entrada/aperitivo, amanhã o prato principal e quinta, a sobremesa.

Tapenade é uma pasta de azeitonas (tradicionalmente pretas, mas também existe tapenade de azeitonas verdes) típica do sul da França. A receita original leva anchovas, mas essa é minha versão veganizada. Se o gosto forte da azeitona preta não te agrada, fique longe dessa receita, mas se você joga no time de Olívia Palito essa pasta vai fazer sucesso. Eu adoro tapenade e desde que aprendi a fazer em casa é difícil ficar sem um potinho dela na geladeira. E além de deliciosa, essa pasta é muito versátil. Ela casa maravilhosamente bem com uma baguete fresquinha e crocante, mas pode ser usada como condimento e incrementar uma salada de macarrão (ela desempenha um papel semelhante ao pesto), uma torta salgada, uma pizza ou um sanduíche. Mas por ter um sabor potente, é melhor usar em pequenas quantidades. Você vai precisar de azeitonas de ótima qualidade, estilo grega (aquelas conservadas no azeite), mas os outros ingredientes são fáceis de encontrar e a preparação não podia ser mais simples (e rápida). Esforço mínimo, resultado máximo. Meu tipo preferido de receita.

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Sugestões para um natal vegano

Precisando de inspiração vegana pro natal desse ano? Vasculhei as receitas publicadas aqui no blog e formei três sugestões de menus. Você pode misturar pratos de diferentes menus, claro, ou procurar no índice de receitas pra ter mais ideias. Estou publicando a lista hoje pra você ter tempo suficiente de comprar os ingredientes antes de sábado. Também estou preparando um quarto menu com receitas inéditas, que postarei nos próximos dias.

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Como ser vegano em uma família onívora

Durante a visita anual à minha família em Natal me dei conta de algo que, por mais estranho que possa parecer, até então não tinha percebido: como é difícil ser vegano em uma casa onde todos são onívoros. Assim que me tornei vegana decidi abandonar a linguística e trabalhar com culinária vegetal, logo comecei a passar a maior parte do meu tempo na cozinha, mesmo durante as férias. Aonde quer que eu fosse, eu levava meu kit de sobrevivência e ocupava a cozinha de quem estivesse me hospedando. Mas esse ano decidi que a prioridade era passar o máximo de tempo possível com a família e tirei férias da cozinha pela primeira vez. Acabei preparando alguns pratos, como a torta de chocolate, banana e amendoim que fiz pra minha sobrinha, mas a maioria das refeições que comi foi preparada por outra pessoa (mãe, irmã, prima, tia…). Isso mudou tudo. É fácil ser vegano quando sua maior diversão é criar pratos vegetais deliciosos, mas quando você depende de cozinheiros onívoros pra preparar suas refeições a coisa fica bem mais complicada. Desde então fiquei matutando sobre a questão e resolvi fazer um mini guia de sobrevivência pros veganos que moram com famílias onívoras e não têm tempo (nem intimidade suficiente com as panelas) pra preparar todas as suas refeições.

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Como germinar sementes

Eu detesto o termo “natureba”, pois ele é geralmente usado pra mostrar um certo desprezo pelo alimento, ou a pessoa, em questão. Como tenho consciência que o assunto que vou tratar hoje é inevitavelmente associado a esse termo, é melhor deixar bem claro que sementes germinadas são simples de fazer, gostosas e podem ser consumidas por todos, independente do seu grau de aproximação com a natureza.

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Sal com salsão

Faz um certo tempo que venho pensando em criar uma nova categoria de receitas aqui no blog. O sucesso de um prato, na minha opinião, depende em 90% da qualidade dos ingredientes utilizados, mas o tempero é responsável pelos 10% restantes. A qualidade dos produtos utilizados em uma receita não depende do cozinheiro, mas é na hora de acertar o tempero que o talento do chef brilha (ou não). Usar a erva ou a especiaria certa, escolher um condimento ou molho que case perfeitamente e realce o prato faz toda a diferença, principalmente quando você não dispõe de ingredientes de primeira.

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Entre 13 e 30

No mês de novembro também aconteceu isso: eu fiz 30 anos. Foi especial comemorar a data com a família em Natal, pois faz 10 anos que me mudei pro exterior e sempre passava meu aniversário longe deles. Curiosamente, nesse dia eu só pensava na minha sobrinha de 13 anos. Ela tem exatamente a idade que eu tinha quando decidi que um dia moraria em outro país e me lembra muito a adolescente que eu era. Quando eu tinha essa idade, provavelmente pensava que aos 30 tínhamos resposta pra todos os enigmas do universo e sinto que minha sobrinha me olha como se eu fosse proprietária de uma certa sabedoria. Tentei fazer uma lista das coisas que queria que ela soubesse, mas tive medo de decepcioná-la expondo justamente… minha falta de sabedoria. Acho, no entanto, que aprendi umas coisinhas entre 13 e 30, mas isso tem mais a ver com minha própria trajetória. Por isso, ao invés de conselhos pra minha sobrinha, fiz a lista dos conselhos que daria pro meu eu de 13 anos, se pudesse voltar a 1994 e ter um papo comigo mesma:

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Pedido

Parece que o meu karma é achar gatinhos abandonados… Hoje minha sobrinha achou um gatinho dentro do motor do caminhão (!!!) do meu pai. Na casa dela tem dois cachorrões e aqui na nossa casa tem um cachorrinho, então não podemos ficar com o gatinho. Ele parece ter uns 3 meses e a gente acha que é um macho. Batizei ele de Jihad e claro que o gatinho já conquistou meu coração, mas por causa do cachorro daqui tenho que mantê-lo em uma caixa no quintal. Será que algum de vocês gostaria de adotar Jihad? Ele é fofinho, carinhoso, muito esperto e enquanto eu escrevo essas linhas escuto ele me chamando, desesperado pra sair daquela caixa, o que me parte o coração. Não pude salvar minha gatinha Shams, por isso é ainda mais importante achar uma família pra Jihad. Se puderem divulgar (facebook, twitter, email) eu ficaria eternamente grata. E pra mostrar minha gratidão, darei uma aula particular de culinária vegana pra alma boa que achar um lar pro gatinho (lembrem-se que estamos em Natal).

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Guia Vegano Berlim

O último guia vegano que apareceu aqui no blog foi sobre Londres, que considerei durante muitos anos o paraíso dos veganos. Embora ainda seja uma das minhas cidades preferidas, Londres foi destronada quando visitei Berlim em agosto. Já tinha ouvido falar na facilidade de achar comida vegetal na capital alemã, mas não imaginei que os herbívoros eram tão bem vindos naquelas terras. Existem dezenas de lugares veganos em Berlim e você pode ver a lista completa no site happy cow, mas aqui vão alguns dos que visitei na minha passagem por lá.

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Para os aventureiros

Ensopado senegalês com amendoim

Já faz alguns dias que estou em Natal e estou tentando ingerir a maior quantidade possível de macaxeira, cuscuz, tapioca, água de coco e mamão. Passo o ano inteiro sonhando com essas iguarias, que não estão disponíveis lá onde moro, e quando chego aqui faço a festa. Mas isso tem um ponto negativo: por causa da comilança sertaneja não tenho nenhuma receita interessante pra dividir (por enquanto). Felizmente tem uma receita que há tempos queria publicar aqui e a foto estava esperando sentadinha nos meus arquivos.

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Esse aqui é ainda mais vibrante

Tabule de couve-flor

Algumas semanas atrás fiz um jantar aqui em casa e uma das convidadas tinha alergia a glúten. Foi a segunda vez que fiz um jantar inteiro sem glúten e nesses momentos me dou conta do quanto o trigo é onipresente na nossa alimentação. Porque eu conheço a frustação de chegar em um lugar (casa de amigo ou restaurante) e não poder comer nada, decidi criar pratos sem glúten pra tornar menos complicada a vida dos amigos celíacos. Fazer comida vegana e ao mesmo tempo sem glúten pode parecer impossível, mas eu encarei mais essa restrição culinária como um desafio. Aprendi que as situações difíceis são ótimos estimulantes pra criatividade e tive idéias bem interessantes. Já testei uma versão sem glúten dos meus gnocchis (o resultado foi surpreendente) e descobri um prato tradicional do sul da França naturalmente vegano e sem glúten. Mas antes de dividir essas receitas, que ainda precisam de alguns retoques, eu queria falar do prato mais simples que saiu da minha cozinha nesses útlimos dias, uma adaptação do meu querido tabule.

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