Por que o movimento vegano deve apoiar o MST – parte II

Depois de entender a formação do espaço agrário brasileiro e os problemas criados pelo latifúndio, nesse segundo post da série a conversa é sobre reforma agrária e a atuação do MST. Pela quantidade de comentários preconceituosos que escuto e leio por aí, a maioria das pessoas sabe pouco sobre reforma agrária e menos ainda sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Quem são? Onde vivem? O que comem? Querem invadir sua casa de praia?

Mas pra entender a luta do MST é preciso saber o que significa Reforma Agrária e é por aqui que vamos começar.

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Por que o movimento vegano deve apoiar o MST – parte I

Faz 11 anos que me comprometi com a luta por libertação animal e foi mais ou menos na mesma época que a militância por direitos humanos entrou na minha vida. Esse compromisso se manifesta de várias maneiras, tanto na esfera digital quanto no mundo real.

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O lugar de vocês é aqui conosco

Pessoas da minha família que votam em Bolsonaro,

Em que momento vocês pararam de se ver como a classe trabalhadora, sempre esmagada pelos poderosos, e passaram a identificar seus opressores como salvadores da pátria? Quando vocês começaram a acreditar que quem votou a favor da PEC que congelou os investimentos na educação, saúde e segurança por vinte anos seria a mesma pessoa que traria mais educação, saúde e segurança pro povo? Como vocês foram confiar em alguém que se diz a favor da tortura e que escolheu como seu maior herói um dos piores torturadores durante a ditadura? Como foram acreditar que alguém que admitiu publicamente ter recebido propina e que está sendo acusado de aceitar milhões de reais de empresas pra espalhar notícias falsas pelo WhatsApp seria a resposta pra acabar com a corrupção?

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Você pode substituir direitos humanos por veganismo, por exemplo

Alguns meses atrás Tel Aviv foi palco do que foi chamada de “a maior marcha de direitos animais da História“. Acredita-se que Israel tenha a maior população vegana do mundo e o país é frequentemente descrito como “a capital vegana do mundo” e “a terra prometida dos veganos” . Minhas amigas israelenses me disseram que o movimento vegano começou, vários anos atrás, como parte integrante da luta por justiça e contra todos os tipos de opressão, incluindo a ocupação e a colonização israelense da Palestina. Muitas veganas israelenses ainda militam contra a ocupação, mas essa conexão não está presente no discurso vegano dominante, onde conciliar veganismo e sionismo não parece ser um problema. Então eu não fiquei surpresa quando um amigo palestino me contou que um amigo dele, um palestino de 48, se juntou à marcha, mas decidiu ir embora pouco depois por causa dos comentários racistas que os ativistas israelenses estavam fazendo. É importante mencionar que um grande número de palestinos de 48 (palestinos que não foram expulsos de suas terras pelas forças sionistas durante a criação de Israel em 1948, contrariamente ao que aconteceu com dois terços da população da Palestina histórica da época, e que vivem no que hoje é Israel) são veganos ou vegetarianos. Na verdade, de acordo com um artigo de 2015 publicado no jornal israelense Haaretz, enquanto 3% da população judia israelense é vegana e 7% é vegetariana, a comunidade palestina de 48 conta com 6% de vegana(o)s e 11% de vegetariana(o)s.

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Defendendo a Palestina: libertando o povo, a terra e os animais

Eu conheci Ahmad Safi, um dos fundadores da Palestinian Animal League (PAL – Liga Animal Palestina), em 2015. Sou uma grande admiradora do trabalho que a PAL, a primeira Organização de Proteção aos Animais atuando dentro dos Territórios Palestinos Ocupados, está fazendo e tinha vontade de entrevistar Ahmad desde então. No final de abril deste ano, finalmente marcamos uma data e nos encontramos na hora do almoço no Sudfeh, o primeiro restaurante vegano/vegetariano da Palestina, localizada na Universidade Al Quds, em Abu Dis.

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