Tour Papacapim na Palestina – 2017

Eu disse que não teria outro, porém seguindo o ditado francês que diz que “só os idiotas não mudam de ideia” vim aqui anunciar oficialmente que vai ter mais um tour político-ativista-gastronômico-vegano na Palestina ano que vem. Na verdade dois. O primeiro acontecerá em fevereiro e o segundo em março. Dessa vez estou avisando com bastante antecedência porque muitas pessoas queriam participar dos tours em 2014 e 2015, mas não viram o anúncio a tempo e não conseguiram se juntar ao grupo. Dessa vez vocês têm um ano pra organizar a viagem (pedir férias, procurar as passagens mais baratas etc.).

Sempre que acabo um tour juro de pé junto que nunca mais farei outro. Não que a experiência seja ruim, muito pelo contrário. É sempre uma aventura incrível, que deixa marcas profundas em quem participa, incluindo na minha pequena pessoa e justamente por isso no final das duas semanas me despeço do grupo completamente exausta (fisicamente, mentalmente e emocionalmente) e faço Anne prometer que vai me impedir de fazer outro tour, caso eu surte novamente. Mas as semanas vão passando e eu só consigo lembrar de como foi lindo encontrar aquelas pessoas, de como é importante que mais gente saiba o que está realmente acontecendo na Palestina ocupada, do apoio financeiro ao projeto no campo de refugiados, da alegria que sinto ao mostrar as belezas daquela terra e compartilhar os quitutes veganos locais… E como desde dezembro, quando anunciei que não haveria tour em 2016, venho recebendo emails e mensagens de leitoras pedindo mais um tour na Palestina, eu não podia recusar.

Então em 2017 voltarei pra Terra Santa pra guiar mais dois grupos em uma viagem única, que combina solidariedade ao povo palestino, ativismo, explorações gastronômicas e visitas a alguns dos lugares mais famosos e lindos do mundo. O tour oferece uma visão ampla e justa da realidade local através de visitas (campos de refugiados, check-points, terras confiscadas, muro de separação, colônias ilegais…) e encontros com ativistas e defensores de direitos humanos (palestinos e israelenses). Temos a oportunidade de apoiar diretamente um projeto de mulheres no campo de refugiados de Aida e também de apoiar a economia local, que vem sendo estrangulada há décadas por causa da ocupação israelense. E pra ficar perfeito o tour é vegano, porque solidariedade aqui é uma palavra conjugada no sentido mais amplo, que vai além do humano. E também porque uma das coisas que mais gosto de fazer quando viajo é provar comidas típicas e descobrir novos sabores e pessoas veganas também têm o direito de incluir o prazer gastronômico nas suas viagens.

O tour dura onze dias e visitaremos várias cidades. Nossa base é Belém e a hospedagem é no campo de refugiados de Aida (a poucos quilômetros de Jerusalem). Postarei o programa completo das visitas/encontros assim que ele for definido, mas já vou aproveitar pra responder as perguntas que me fazem com mais frequência:

1- Embora o tour seja vegano, não precisa ser vegana/o pra participar. Já teve participantes vegetarianos e até onívoros. Todas as refeições que fazemos em casa são veganas, mas quando comemos em restaurantes cada um é livre pra pedir o que quiser, sem julgamentos.

2- Não precisa ser ativista nem ter nenhuma competência especial pra se juntar ao grupo. Você só precisa ter a mente e o coração abertos pra escutar o que a população local vai te contar e humildade suficiente pra aceitar que tudo que você sabe (ou pensa que sabe) sobre a Palestina e Israel poderá ser desconstruído durante a viagem.

3- Não precisa falar Inglês pra participar. Embora os encontros com os ativistas locais aconteçam em Inglês eu sempre estou presente pra fazer a tradução, se necessário.

4- Esse tour não é uma viagem turística organizada e você terá que providenciar as passagens e os seguros (obrigatórios) sozinha/o. Eu tento oferecer o máximo de ajuda possível, mas é importante lembrar que essa é uma viagem alternativa e que eu não ofereço os serviços de uma agência de viagem.

5- Exatamente pela razão mencionada acima (viagem alternativa) gostaria de lembrar que a hospedagem é em um campo de refugiados e que usamos transportes locais (vans e ônibus). Não tem hotel nem ônibus especial nesse tour por duas razões. Primeiro porque queira oferecer uma experiência próxima das pessoas que moram ali e da realidade local. Levar pessoas à Palestina pra viajar dentro de uma bolha não faria sentido nenhum pra mim. Segundo porque queira que o tour fosse acessível pro bolso dos meus leitores. É tudo muito simples e o nível de conforto é básico (mas tem cama macia, água quente e wi-fi na casa onde ficamos hospedadas/os).

6- Caminhamos muito durante a viagem e tem uma trilha de um dia inteiro no deserto. Embora você não precise ser atleta pra se juntar à nós, um mínimo de preparo físico é necessário. Se você não gosta ou não pode andar por várias horas seguidas, durante onze dias, esse tour não é pra você.

7- Mulheres, é totalmente seguro visitar a Palestina e ninguém precisa usar véu em momento algum. E ninguém vai te desrespeitar porque você não é muçulmana. É bom lembrar que uma parte da população palestina é Cristã, então não-muçulmanos fazem parte da paisagem local.

8- E falando em segurança, apesar de tudo que vocês vêem na televisão e jornais sobre a Palestina, turistas estrangeiros não correm nenhum perigo lá. Morei muitos anos lá e nunca tive nenhum problema e os ônibus de peregrinos do mundo inteiro entram e saem de Palestina todos os dias em toda segurança. Eu não organizaria esses tours se eles representassem algum tipo de perigo pros participantes.

As datas dos tours em 2017 são: grupo de fevereiro – 01 ao 11/02 e grupo de março – 08 ao 10/03. Quem quiser mais informações sobre a viagem deve escrever pra papacapimveg@gmail.com Cada grupo tem apenas 6 vagas e duas já estão reservadas, por isso quem quiser participar do tour deve me contactar o mais rapidamente possível.

Pra ter uma ideia do que fazemos durante a viagem e ver muitas fotos das aventuras precedentes dê uma olhada nesses posts:

 Tour 2014 – parte 1

Tour 2015 – parte 2

Tour 2015/I – a parte comestível

Tour 2015/I – a colheita de azeitonas

Tour 2015/I – sobre humanidade

Tour 2015/II

Sigam-me os bons!

15 comentários em “Tour Papacapim na Palestina – 2017

  1. Será que,enfim,vou conhecer tu, mulher? Espero muito ir,não só pra te conhecer ( fator mais importante,claro),mas para entender melhor,uma realidade da qual tu fala tanto,e que mesmo assim,parece tão distante.
    Beijoss Sandrine (é assim que todo mundo aqui casa te chama e sim,tu já é da família hahaha)

      1. Ahh,a gente te chama de Sandrine,pois uma vez que li que ,este nome que é uma variante de Sandra,significa,mulher que ajuda a humanidade,e eu não sei se isso é verdade,mas definitivamente,me lembra você…

      1. haha
        é uma coisa pras pessoas poderem saber quando tem novos posts, daí elas lêm num, tcharam, rss reader.
        Em vez ficar inscrevendo o email, como já funciona aqui, você recebe todos os rss juntos. Só alegria.

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