Sobre as tarefas da militância

Existe uma certa confusão sobre o que é militar, ser militante ou o que seria uma “militância revolucionária” e isso acaba afastando muitas pessoas da militância. Porque se por um lado tem quem ache que não possui as habilidades certas pra contribuir com a luta, por outro lado essa visão puramente estética da militância (o cara forte, que sabe de cor os escritos dos barbudos e bigodudos, que coloca fascista pra correr e peita a polícia nos protestos), que é bem pouco representativa da realidade, acaba convencendo muitas pessoas que militância não é pra elas.

Eu não costumo fazer fotos das minhas atividades e tarefas da militância, por razões óbvias de segurança e de não ver o sentido de documentar o meu dia-a-dia. Mas esse fim de semana minhas tarefas eram tranquilas, no sentido de não implicar riscos caso eu as compartilhasse, o que foi uma feliz coincidência, já que fazia tempos que eu pensava em falar sobre tarefas militantes com vocês. 

Mas primeiro deixa eu explicar a questão da segurança. Fazer parte de um coletivo militante que se posiciona claramente como anarquista e que participa de várias lutas (anti racista, incluindo contra a islamofobia, feminista, resistência ecológica, solidariedade às pessoas exiladas) significa estar exposta à repressão do Estado. E no cenário atual de repressão à esquerda radical na França, esse risco precisa ser levado a sério. Camaradas do coletivo foram presos (alguns serão julgados essa semana), camaradas anarquistas mais ou menos próximos a nós foram condenados a 8 meses de prisão por fazer exatamente o que fazemos, outros estão atualmente na prisão enquanto esperam julgamento, também pelas atividades militantes, e as acusações contra eles podem trazer penas de 10 a 15 anos de cadeia. Desde o ano passado a campanha de repressão contra militantes em geral, mas especialmente contra anarquistas, na França só aumenta. 

Mas mesmo se você não é anarquista nem militante em um grupo com posições e ações como o nosso, não podemos levar a repressão do Estado na brincadeira. A luta é um compromisso muito sério (o que não significa “triste”) e quase nunca levo o meu celular pras ações, nunca fazemos reuniões do coletivo com os celulares na sala (mesmo desligados) e temos todo um protocolo de segurança pra nos protegermos e proteger nossas camaradas. 

Tendo explicado isso, voltemos pras atividades desse fim de semana. Como falei no início desse post, eu quis compartilhar isso com vocês porque recebo regularmente mensagens (no Instagram ou, mais raramente, por email) de pessoas que querem militar, mas acham que não têm o “perfil” ou as competências necessárias pra ser militante. Eu queria que as pessoas me lendo aqui soubessem que tem tarefa pra todo mundo. Não precisa ter lido os grandes livros (formação política faz parte da militância, não é pré-requisito pra entrar nela) nem ter força no muque pra quebrar a cara de fascista (mas exercício é bom pra saúde da militante 😉 

E como esse fim de semana eu fiz várias tarefas que muita gente não associa com militância, achei que seria interessante mostrar pra vocês, na esperança de quebrar alguns mitos. Bora?

Sexta

9h

Tenho o hábito de meditar pela manhã durante a semana. São 20 minutos diários que fazem uma enorme diferença na minha saúde mental. É aquela história da máscara de oxigênio: primeiro colocar a sua, depois ajudar as outras pessoas a colocarem as delas.

Depois do café da manhã, meditação, tiquinho de ioga (estou tentando incorporar uma sequência de 5 minutos, de uma a três vezes por dia, pra esticar os músculos e desanuviar a cabeça), tomei banho e trabalhei no computador até a hora do almoço. O blog está sendo redesenhado, pra ficar mais fácil de ler no telefone e pra tirar a poeira desse design que foi criado muitos anos atrás. Aproveito pra lembrar que sem o apoio de vocês no Apoia-se, esse trabalho no blog não seria possível. Obrigada.

14h

Depois de almoço fui pra primeira atividade do fim de semana: fazer cartazes sobre a luta em defesa dos Jardins Operário de Aubervilliers, a cidade onde moro (periferia norte de Paris). Pequena explicação sobre a luta dos Jardins.

Os Jardins Operários de Aubervilliers existem há quase 100 anos e representam 85 lotes cultivados pela classe popular dessa cidade, que é a segunda mais pobre de toda a França. Os jardins são hortas populares, que aumentam a autonomia alimentar da população. Isso é de extrema importância, pois 45% da população vive abaixo da linha da pobreza. Eles também são um dos únicos espaços verdes da cidade. Aubervilliers tem apenas 1,4m2 de verde por habitante, enquanto a média das 50 maiores cidades na França é de 31m2 de verde por habitante.

Hoje essas hortas estão ameaçadas pelas Olimpíadas de Paris de 2024. Um projeto de piscina olímpica e centro aquático passarão o cimento por cima de 18 lotes. Mas os planos de destruição não param por aí. Uma nova linha de metrô vai amputar mais uma parte dos jardins e, cúmulo da ironia, o resto será destruído por um “eco-condomínio”, habitações “verdes” pra população de alta renda. Essa é a história de um pequeno grupo de operárias aposentadas e trabalhadoras, a maioria vindas da imigração, lutando pra defender o último pedaço de terra agrária de seu território contra o racismo ambiental, a gentrificação e a especulação imobiliária na periferia de Paris.

Como a luta pela preservação dos Jardins Operários é uma das mais importantes no território onde moro atualmente, decidi fazer um “diário sonoro de resistência” sobre o assunto em parceria com a Biblioteca Terra Livre. São episódios semanais, até o final de maio, contando a história dos Jardins Operários, as iniciativas de resistência popular e dando a palavra às pessoas que cultivam a terra ali. O primeiro episódio foi ao ar ontem, não por acaso, no dia do aniversário da Comuna de Paris. Pra entender a relação com esse evento histórico e conhecer mais sobre a luta dos Jardins Operários, convido todo mundo a acompanhar a série, que vai ao ar no podcast Antinomia

Volta pras atividades do fim de semana.

O bacana de ser uma militante organizada é que você reduz aquele sentimento de “tanta coisa pra fazer, nunca vou dar conta de tudo”. Você não precisa dar conta de tudo (nem é materialmente possível!). Somos quase 30 pessoas no coletivo e dividimos a nossa atuação em várias frentes, organizadas por grupos. Tem um grupo de educação popular, outro de resistência ecológica, outro de solidariedade às mulheres migrantes em abrigos, outro de distribuição alimentar pra pessoas em situação de precariedade na nossa comunidade, outro de apoio pras pessoas que estão presas nos Centros de Detenção de Migrantes… Então a gente divide as tarefas/organização e pode trabalhar de maneira mais aprofundada sobre uma questão específica, sabendo que outras camaradas estão trabalhando nas outras frentes. Tem tarefas que fazemos sozinha ou em pequenos grupos e tem ações maiores onde boa parte do coletivo participa. E tem as ações ainda maiores, articuladas com outros coletivos. Fazemos reuniões semanais porque é muita coisa pra organizar e muita troca a ser feita.

No momento estou mais implicada na luta de defesa dos jardins operários e articulo as ações solidariedade com as mulheres migrantes. O que não significa que não participo de tarefas nas outras frentes de luta. 

Então sexta passei a tarde fazendo cartazes com outras camaradas do coletivo de defesa dos Jardins, que são muito mais talentosas que eu. Mas adoro fazer esse tipo de atividade, que me tira da frente do computador e oferece a oportunidade de conversas sobre a vida enquanto pintamos nossa revolta no papel.

18h

Voltei pra casa e corri pra fazer o chá pra oficina de educação popular que acontece todas as sextas. Estamos sob toque de recolher às 19h aqui onde moro, mas fazemos ações de solidariedade à noite graças a um atestado especial. Não é garantia de não ter problemas com a polícia, que pode chegar a qualquer momento, declarar que educação popular não entra na categoria “ajuda humanitária” e multar todo mundo por “desrespeitar o toque de recolher”. Mas por enquanto, ainda não tivemos esse tipo de problema com a polícia.

Eu estava na criação do grupo de educação popular, mas como no momento estou dedicando minhas forças e tempo à luta dos jardins, estou afastada das atividades por enquanto. Anne ainda participa todas as sextas e minha contribuição atual é fazer uma garrafa térmica de 3 litros de chá de hortelã, que oferecemos pras pessoas exiladas que participam da oficina. É um oficina de rua, onde camaradas do coletivo trocam aprendizagem com exiladas e exilados que estão em situação de rua.

E como elas acontecem à noite, sempre levamos chá, café e bolos pra aquecer o pessoal. Na volta da oficina Anne disse que meu chá foi muito elogiado pelas exiladas, o que sempre de deixa feliz. O segredo é muito hortelã fresco, além do chá verde 🙂

Sábado

9h

Eu tinha um encontro importante com as mulheres migrantes do abrigo pela manhã, mas como seria às 11h, pude acordar sem despertador e tomar um café da manhã tranquilo.

Não posso falar muito sobre essa tarefa, só que envolve colocar as mulheres em contato com dois jornalistas que vão ajudá-las a denunciar a violência institucional da qual são vítimas. Eu precisava ir porque elas não conhecem os jornalista (um deles é um dos camaradas do coletivo) e eu estou servindo de ponte entre eles e elas. Mas uma delas, N., amanheceu muito doente e não podia participar do encontro. Passei boa parte da manhã falando com os jornalistas e com as mulheres e tentando remarcar o encontro pra outro dia que fosse possível pra todo mundo. 

E como N. estava doente, decidi cozinhar o almoço pra ela. Acontece que no abrigo onde ela mora com a filha, não tem comida nos fins de semana. Nós, no coletivo, nos revezamos pra cozinhar pra algumas das mulheres, mas sábado ninguém estava livre e N. não podia ficar sem comer por dois dias estando doente como estava. Então fui pra cozinha e fiz uma panela de ensopado de legumes com grão de bico, com os temperos do Marrocos, o país de N., porque sempre que cozinho pra ela e a filha, faço pratos que pertençam a sua cultura alimentar. Acho isso tão importante…

Eu não podia entregar a comida porque às 14h tinha uma auto-formação do nosso grupo de Educação Popular, então eu pedi a um camarada do coletivo que mora perto do abrigo pra levar a comida pra elas. Como eu disse, o bacana de ser militante organizada é poder contar com um grupo de pessoas pra dividir as tarefas com você. À noite N. me mandou uma mensagem dizendo que a comida estava deliciosa e que ela tinha dividido a porção com a filha e mais uma mulher. Alimentar a luta, sempre. Inclusive aproveitei que já estava na cozinha pra fazer uma porção extra pra uma pessoa em situação de rua que se instalou no pé do meu prédio uns dias atrás. Cuidar da nossa comunidade é uma parte essencial da resistência. 

14h

Sábado à tarde tinha auto-formação política, o que fazemos uma vez por mês, mais ou menos. Alguma pessoa (ou mais de uma) do coletivo propõe uma oficina relacionada com as pautas que defendemos. Às vezes pessoas das outras Brigadas fazem as oficinas. Já fizemos auto-formação sobre violências sexistas dentro de coletivos (foi aí que nasceu nosso protocolo interno pra lidar com violências sexistas, racistas e LGBTfóbicas entre nós), sobre capacitismo na militância, sobre psicofobia em especial… Às vezes, como foi o caso nesse sábado, o objetivo da auto-formação é compartilhar ferramentas pedagógicas pra organizar as oficinas de Educação Popular.

Um dos camaradas que estava conduzindo a formação levou a filha de 2 anos, L., que eu adoro. Temos 3 pais no coletivo e não é raro eles trazerem suas crianças pras reuniões e algumas atividades. Eu já cuidei várias vezes de L. pra que o pai e a mãe dela possam sair (quando eu falo de cuidar da nossa comunidade, isso também faz parte das tarefas), então ela tem costume de brincar comigo. Assim que cheguei na sala onde a atividade ia acontecer ela sentou no meu colo e passou uma parte da formação me pedindo pra desenhar coisas. 

Meu nível de talento pro desenho é praticamente zero. Pra ter uma ideia ela ficava me pedindo pra desenhar um cachorro (“chien” en Francês), mas na minha primeira tentativa ela disse que aquilo era um porco (“cochon”) e não posso dizer que ela estava errada. Algumas coisas eu escrevi em Árabe porque o pai dela, nosso camarada, é libanês e ela conhece algumas palavras em Francês e outras, só em Árabe (como elefante. Juro que isso é um elefante). 

Eu tinha que comprar cola de papel de parede pra colar os cartazes no dia seguinte, mas fui em 3 lugares no sábado e não achei. Até entrei em um supermercado na minha rua, coisa que nunca faço (compro comida na mercearia marroquina, na CSA, numa loja de orgânicos -tofu e tempeh- e pego comida que seria descartada da feira). Enquanto procurava a cola, uma senhora idosa se aproximou de mim e falou, em Árabe: “Você é árabe? Me ajude aqui.” Disse, em Árabe, que eu não árabe, o que deixou ela confusa, mas fui ajudá-la a encontrar o preço do leite que ela queria. Enquanto procurávamos o mais barato eu a vi contando as moedas na mão e percebi que ela não tinha dinheiro suficiente pra comprar nenhum daqueles leites. Perguntei se ela precisava de dinheiro e ela sorriu constrangida. Completei o valor do litro de leite e me despedi. Ser vegana num mundo capitalista é cheio de contradições. 

22h

Voltando à cola. Como não achei, acabei comprando farinha porque cola de farinha nunca nos deixa na mão (a menos que esteja chovendo enquanto você cola os cartazes, aí ela pode te deixar na mão, sim). Então depois de jantar voltei pra cozinha pra fazer cola de farinha. As tarefas da militância são variadas, jovem. 

Depois da auto-formação e antes do jantar e fabricação de cola de farinha fui buscar a faixa pro protesto de domingo com uma das jardineiras dos Jardins Operários. Ela nos presenteou com várias mudinhas pra nossa horta de apartamento, vindas da sua horta operária. Está na época de plantar os vegetais do verão (tomate, pimentão, berinjela) e pretendo repetir a experiência de horta de janela do ano passado. Cozinhar, plantar, cuidar das crianças…tudo tarefa da militância.

Domingo

5h

Domingo foi rude. Acordei às 5h. Na verdade às 4h porque, olha que falta de sorte, a hora na França mudou justo do sábado pro domingo e perdemos uma hora de sono.

Quando a agenda se enche de tarefas, eu encho a geladeira de comida pra aguentar o tranco. Sei que não terei tempo de cozinhar nesses momentos, então preparo pratos na véspera. Eu chamo isso de “A Fada da Véspera”, porque quando chego em casa morta de cansada depois de longas horas de atividades e encontro comida prontinha esperando por mim na geladeira eu sinto como se uma fada tivesse passado por ali pra me ajudar. A fada sou eu mesma, mas não deixa de me encher de alegria. Pra mim só tem uma verdadeira “Fada Sensata”, a Fada da Véspera. Aquela que preparou coisas ontem pra deixar sua vida mais fácil hoje. 

Aqui a Fada da Véspera tinha preparado papa de aveia com maçã e pasta de amêndoas, porque saco vazio não cola cartaz. 

E lá fomos nós colar cartazes de sensibilização à luta pela preservação das hortas populares (além de convidar pro protesto que acontecerá dia 17) antes que a cidade acorde. O risco nesse tipo de tarefa é baixo, mas como já aconteceu de camaradas serem detidas por colar cartazes (e terem que pagar uma multa pra serem liberadas), melhor não arriscar.

8:45

Voltamos pra casa já com fome pra tomar um segundo café da manhã. Dessa vez foi grãomelete  com pão marroquino. Depois deitamos um pedaço pra descansar as pernas e a cabeça, pois as tarefas do dia ainda estavam longe de terem acabado.

A Fada da Véspera também tinha preparado o almoço. Aqui tinha o resto do ensopado marroquino que fiz pra s mulheres do abrigo, mais um resto de feijão branco. Saco vazio não milita, juventude! Não descuidem da alimentação.

12:30

Indo representar a luta dos Jardins Operários no protesto organizado por mais de 600 organizações francesas pra pedir uma “lei pelo clima”, que leve em conta a urgência ecológica na qual estamos.

Mas antes de segurar a faixa no protesto, ainda tive que encontrar um camarada de um sindicato que aceitou ajudar a luta dos jardins imprimindo panfletos. Veja como as tarefas da militância são múltiplas e dá pra contribuir de diversas formas. Você tem acesso a uma impressora? Pode colocá-la a serviço da luta.

Aproveito pra dizer que panfletar é a tarefa mais difícil pra mim. Não gosto nem um pouco, mas quando é preciso, eu faço. 

Segurar uma faixa durante 3 horas num protesto é bem físico, mas além de um pouco de força nos braços, não exige competência específica. E ninguém quer fazer, então é sempre uma ajuda bem-vinda.  

Sobre o protesto em si, eu nem queria estar ali. Primeiro porque esse tipo de protesto, com demandas extremamente vagas, não é a minha linha política de atuação. Sinceramente, sabemos que o governo está cagando e andando pra galera desfilando em Paris pedindo “uma lei pra barrar a mudança climática”. Mas foi uma escolha estratégica pra gente. Estávamos ali pra expor a luta dos jardins ao maior número de pessoas possível, panfletar pra convidar pro nosso protesto dia 17 e conversar com possíveis aliadas. E isso também é tarefa da militância.

A segunda razão que me fazia não querer estar ali era o fato de estar acontecendo uma formação de autodefesa jurídica no mesmo momento, organizada por um time de advogadas militantes, especialmente pras camaradas da nossa rede de coletivos. Eu preferia estar lá, aprendendo sobre os meus direitos e sobre como me comportar se a polícia me prender durante alguma ação militante, com minhas camaradas de coletivo? Demais! Mas quando eu falo que a luta é um compromisso sério, isso significa que você cumpre a tarefa da qual você foi incumbida, mesmo quando tem outras coisas mais bacanas acontecendo ao mesmo tempo.

Depois de três horas segurando a faixa e caminhando, lembrando que eu estava de pé desde as 4h da manhã, a pessoa nem se toca que o keffieh está arrastando no chão.

18h

Morri. Mas logo ressuscitei pra fazer o jantar. Aqui em casa temos um acordo: se teve protesto, o jantar é macarrão. Anne adora, eu não gosto muito, mas é importante pra ela. 

E o protesto terminou perto de uma padaria/confeitaria 100% vegetal, então passado por lá e compramos pão de fermentação natural (“au levain”) e uma sobremesa de chocolate do jeito que eu gosto (forte e amarga). O prazer, incluindo o prazer gastronômico, é uma parte importante da vida e não é nem um pouco incompatível com a vida de militante. 

Essa sobremesa (uma fatia pequena) custou 6 euros, algo totalmente fora da minha realidade atual, mas fazer um mimo a si mesma de vez em quando está na minha lista de prioridades. Junto com dormir 8 horas por noite, meditar e me alimentar bem todos os dias.

20h

Militante banhada, hidratada, alimentada e pronta pra sua sessão de leitura antes de dormir. Acompanhada de uma caneca de chá, obviamente.

Epílogo

Espero ter conseguido mostrar que militância não é só peitar policial em protesto ou ler os barbudos trancada numa sala enfumaçada ou se candidatar a algum cargo político. As tarefas são muitas e tem pra todas as habilidades, capacidades físicas e disponibilidade na agenda. Todas são importantes. Se alguém já te disse que oferecer refeições pra pessoas em situação de rua ou organizar o cuidado das crianças da sua comunidade não é “revolucionário” desconfie dessa pessoa.

4 comentários em “Sobre as tarefas da militância

  1. Como nos países capitalistas, os grandes eventos esportivos internacionais (como Copa do Mundo e Olimpíada) fazem coisas que prejudicam a população mais pobre (como especulação imobiliária e remoções).
    Por curiosidade; li em textos e vi em documentário, que houveram remoções e especulação imobiliária no Rio de Janeiro no período da olimpíada.

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