O que fazer com restos de arroz

Arroz com tomate e milho

Além de não ser fã de macarrão, eu não gosto muito de arroz. Nem de batata, caso estejam interessados em saber. Meu desgosto por carboidratos brancos é geral e a razão não é, como alguns podem imaginar, porque eles são pobres do ponto de vista nutricional, mas sim porque são pobres do ponto de vista gustativo (na minha opinião). Mas a outra residente da casa adora arroz (e macarrão e batata), então sou obrigada a cozinhá-lo de vez em quando. Como só ela come, acaba sempre sobrando um pouco. No dia seguinte me deparo com aquele resto de arroz que não é suficiente pra duas porções, mas que precisa ser consumido. Pra resolver o problema faço salada de arroz (misturando com legumes crus e temperando com azeite e vinagre balsâmico), mas se o tempo estiver frio uso uma das duas receitas abaixo. O que mais gosto nessas receitas, além da praticidade e grande capacidade de adaptação, é que no final tem mais legumes do que arroz. Elas não pertencem à grande gastronomia, mas fazem parte de um grupo ainda mais bacana: o das receitas improvisadas, que limpam os restos da geladeira e transformam legumes solitários em uma refeição gostosa.

Arroz com tomate e milho

Normalmente faço essas receitas com uma xícara de arroz, mas dobrei as quantidades pra fazer uma porção mais generosa, pois imagino que vocês gostam um pouco mais de arroz do que eu. Fiz muito essa receita quando trabalhava como baby-sitter em Paris e as crianças adoravam. Se você tem criança em casa, não deixe de experimentá-la.

1 cebola picada
4 tomates picados
2 dentes de alho picados/amassados
2x de milho fresco ou cozido
2x arroz cozido
2cs de azeite
1 pitada generosa de orégano seco
Sal e pimenta do reino a gosto

Aqueça 1cs de azeite e doure a cebola. Junte o alho e deixe cozinhar mais 30 segundos. Acrescente o milho e deixe cozinhar, coberto, em fogo baixo. Quando o milho estiver macio junte os tomates e deixe cozinhar, coberto, até eles começarem a se desintegrar. Se estiver usando milho cozido coloque o milho e o tomate na panela ao mesmo tempo. Depois que os tomates virarem um molho espesso acrescente o arroz e o orégano e cozinhe mais um pouco, até o arroz ficar bem quente. Tempere com sal e pimenta do reino. Antes de servir regue com o resto do azeite. Rende 2-3 porções como acompanhamento.

Arroz asiático

Esse arroz asiático fica uma delícia acompanhado de tofu marinado com shoyo e gengibre ou com legumes (brócolis, cenoura) refogados. Ele não é tradicional, nem é aquele arroz frito que encontramos nos restaurantes chineses, mas é saboroso e mais leve, o que pra mim é uma qualidade.

2x de arroz cozido (melhor se da véspera)
1 cenoura ralada (ralo grosso)
1x de repolho em fatias fininhas
1/2cebola em fatias
1/2pimentão, vermelho ou verde, em tirinhas
2 dentes de alho picados/amassados
1cs de gengibre fresco ralado
1cs de óleo (se possível, de gergelim)
1cs cheia de gergelim tostado
1cs de vinagre de arroz (na falta, use o que tiver em casa)
shoyo

opcional: broto de soja e cebolinha verde

Aqueça o óleo e doure a cebola. Junte o alho e o gengibre e deixe cozinhar mais 30 segundos. Junte a cenoura, o repolho e o pimentão e refogue durante alguns minutos. Os legumes devem amolecer só um pouco. Junte o arroz e cozinhe mexendo até ele ficar bem quente. Desligue o fogo, junte o broto de soja (se estiver usando) e tempere com o vinagre e shoyo a gosto. Sirva polvilhado com gergelim tostado e cebolinha picada (se estiver usando). Rende 2-3 porções como acompanhamento.

23 comentários em “O que fazer com restos de arroz

  1. Eu amo arroz… mas o arroz japonês, que é perfumado e adocicado.
    Como é mais grudento, quando sobra esquento um pouco, faço um “panquecão” e grelho na frigideira, com óleo. Deixo ficar bem crocante por fora, dos dois lados. Depois jogo legumes refogados com o caldo engrossado com amido de milho. Fica delicioso!
    Já o arroz brasileiro é mais difícil de reaproveitar… talvez um arroz de forno? Dificilmente faço porque o meu namorado ama comer arroz com molho de pimenta (e só!).

  2. Opa! Sou fã das receitas úteis, valeu de novo Sandra 😉 …Mas você não curte nem o arroz integral? Eu também nunca gostei de arroz, mas passei a tolerar quando provei o integral. Nunca entendi o motivo da maioria das pessoas serem fanáticas pelo arroz (a maioria que eu conheço) enquanto desprezam o feijão. Não vivo sem feijão rs. Enfim, coisas de paladar né?

    Abraços!

    1. Me entendo melhor com o arroz integral e gosto ainda mais do arroz da terra (vermelho), o meu problema é com arroz branco, mesmo. Mas sempre encho o prato de feijão e coloco uma tiquinho só de arroz;-)

      1. Já experimentou arroz negro? É um tipo de arroz integral, e tem sabor e aroma de nozes. Fica ótimo como tabule, substituindo o trigo para quibe.

  3. Muito bom. No dia-a-dia, como somente arroz integral. Recentemente, descobri o basmati integral, uma preciosidade de sabor e perfume. Recomendo!

  4. Sempre achei arroz branco tão sem-graça! Comia sempre tão pouco arroz que eu enchia o prato de verduras e legumes pra disfarçar o vazio ;D Daí me perguntavam se estava de dieta, haha.
    Também não gosto de milho, mas essa salada me pareceu tão gostosa que vou ter que provar :]

  5. o pior é que eu amo arroz, o que faço é trocar o branco pelo integral…agora esse com tomate e milho tá com uma cara ótima!! vou ser obrigada a fazer esses dias aqui rsrs

  6. Sandra, posso não comentar muito, mas estou sempre aqui!

    Vivo pegando as receitas para me alimentar melhor. E que suprpresa boa foi conhecer a chia. Ela não tem gosto de nada, você pode adiciona-la tanto em alimentos doces como salgados e tá tudo lindo! ajhahahahaha

    Eu uso seu blog para ter receitas diferentes, fáceis, baratas e nutritivas. Tem muita receita de comida vegan por aí, mas elas são difíceis de fazer ou muito caras. Você mostra coisas simples, que a gente pode fazer em casa.

    Enfim, você tem sido melhor que profissionais de nutrição que procuro.

    Deixa eu te contar:

    Eu engordei muito depois que fiz um tratamento de saúde. Engordei cerca de 25kg. Depois do tratamento, fui em médicos para emagrecer com saúde, não por estética (também por estética, óbvio, sou filha de Deus), mas porque eu não conseguia mais subir escadas sem quase ter um mini infarto, e pordores na coluna e no joelho. Era questão também de saúde e qualidade de vida.

    Fui num nutrólogo muito bom. Ele investigou minha vida além dos remédios. Relacionou meu aumento de peso também à má qualidade do sono, ovário policístico e pediu até exame de tireóide, já que na minha família tem casos dos dois lados.

    Terminada a consulta ele disse: não espere milagres. Além do tratamento a essas coisas, você precisa de uma dieta e se exercitar. Super concordei com ele.

    Então ele pediu para que eu fosse na nutricionista. Aí começa o pesadelo.

    Fui em vários nutricionistas, mas para não tornar repetitva a história, vou contar da última.

    Cheguei no consultorio, depois de ter experiências ruins com outros profissionais. Ela me pesou, me mediu, mediu gordura, fez calculo pra saber quanto tenho de massa magra, de osso, de água, enfim, tudo certinho.

    Ela até elogiou que eu, mesmo gorda e sedentária (trabalho no PC, em casa, imagina) tinha 35% de massa magra e que eu não estava flácida, ao contrário, estava muito bem.

    Ela chegou pra mim e falou: vou te passar uma dieta, mas você tem que entender que não tem que ser um castigo. Essa dieta tem que ser pra sua vida inteira, a famosa reeducação alimentar. A gente pode adequar a dieta para seu gosto. Se você não gosta de chuchu, a gente compensa com outra coisa.

    Quase chorei de emoção, finalmente alguém que ia me respeitar!

    Expliquei pra ela: tenho alergia a carne suína. Ela anotou e disse que não tinha problema. Falei que não gostava de jiló, aspargos, rúcula, agrião, maxixe, taioba e essas coisas amargas. Ela anotou e falou que era compreensível e tinha como contornar.

    Aí falei que não comia carne. Pronto. Lá vem ela falar sobre proteínas, que eu não podia ficar assim, que se eu continuasse com essa “dieta maluca” eu ia perder minha massa magra, e mimimi.

    Respondi: mas não como carne desde antes dos 10 anos, Deve ter 20 anos que não como… Como vou perder massa magra agora, se você acabou de elogiar a quantidade?

    Ela não soube explicar. Disse que eu tive sorte. Ahahahahahaha. A pessoa se forma pra me dar uma resposta dessas.

    Ela bateu o pé que eu deveria comer carne e eu falei que não adiantava ela falar, pois não é uma questão de “oi, eu decidi não comer carne pois eu acho ecofashion”. Eu não comia pois desde de criança, os animais do sítio que eu brincava desde pequena eram mortos pra fazer comida e isso, na minha cabeça, criou uma barreira. Eu tenho nojo de carne. Não consigo ter separadamente a imagem de uma picanha no espeto e Mumu, meu boi de estimação. São a mesma coisa e pra mim é a mesma coisa. Imagina você pegar um bezerro ou pintinho, brincar com ele, cuidar, dar comidinha na boca, amansar, o bichinho te seguir, vocês brincarem felizes juntos e um dia alguém vem e mata, bota no teu prato e fala “COME!”? Como continuar consumindo carne?

    E ela continuou. Ela disse que eu tinha que PROCURAR TRATAMENTO PSICOLOGICO. Gente, eu não sei vocês, mas eu chego rir de tão absurdo que é.

    Rebati dizendo para ela fazer tratamento também. Ela perguntou de que, eu disse: para comer carne de cachorro, como os chineses e coreanos. Ela olhou assustada e disse que essa ideia era nojenta. E eu falei que não, era na cabeça dela que era nojento, pois ela vê os cães como animais de estimação e o boi como alimento. Que os coreanos não são mais malvados que a gente que come carne de boi, pois cachorro e boi são animais da mesma maneira. E, se ela tem essa barreira com carne de cachorro, ela tem tanto problema psicologico como eu.

    Depois de muito rebater, ela me deu uma dieta, com carne, e disse que ou eu comia, ou ela não ia se responsabilizar pelos meus problemas de saúde.

    Falei pra ela que eu já tomei muita surra dos meus pais por não querer comer, não ia ser alguém que fez 4 anos de faculdade e fez um juramento sobre nutrição que iam me obrigar a comer carne por pura preguiça de estudar sobre a sua profissão e entender que tem pessoas com necessidades especiais.

    Saí do consultorio, tentei mais dois nutricionistas, mas desisti. E hoje eu continuo cuidando da minha nutrição, mas sem conseguir emagrecer tanto, sabe? Eu tenho a total ciência que a carência de alguns nutrientes me deixam com a sensação de “fome”. Eu não to com fome, meu corpo que está desesperado por algun nutriente e eu não sei identificar olhando minha alimentação qual está em deficit. E também não consigo comprar suplementos, não sei por qual começar.

    Sei que você cuida de toda sua nutrição sozinha. E por isso amo seu blog. Aqui eu aprendo mais sobre a minha também.

    Mas fico MUITO triste de saber que todo ano, centenas de pessoas se formam em nutrição mas não sabem cuidar de pessoas que precisam de uma dieta especial, que continuam estudando a dieta de 1920, onde carne era importante.

    E fica uma ideia. Sabe o post que você fez para as pessoas colocarem aonde tinha feiras livres orgânicas?

    Seria legal ter um post com médicos que respeitam a opção dos vegetarianos e vegans. Não são só nutricionistas, mas aposto que tem muitos médicos clinico gerais, ortopedistas, dermatologistas, gastro, que se você chegar lá com um problema de saúde, em vez de tratarem, vão te mandar tomar leite pros ossos, vão culpar sua dieta, em vez de oferecer soluções.

    Uma lista de médicos, mesmo peuena, poderia orientar muita gente por onde começar.

    Desculpa pelo post-bílbia. XD

    1. oba!!obrigada pela dica! amanhã ele vai levar a salada de grão de bico, trigo, couve e brócolis com molho de tahine…
      eu fiz, mas tinha cozinhado um pouco a mais o grão de bico e ficou meio mole, mas tirando isso, tá muito boa 😉

  7. Oi Sandra, descobri seu site hoje e estou bastante feliz e interessada em suas receitas. Como já li em vários posts por aqui, adorei a simplicidade das receitas, ajuda a variar a culinária de todos os dias com ingredientes que geralmente temos acesso em qualquer lugar neste mundão. Adorei a receita com arroz, tomate e milho, me remeteu na hora a uma receita muito comum aqui em Moçambique(onde moro) que é o Arroz de tomate, é praticamente a mesma e cada família adiciona um ou outro ingrediente que gosta, por aqui utilizam muito a couve e ela vai nos pratos como espinafre, então o arroz de tomate, as vezes leva milho, as vezes a couve que cortam em quadrados largos e com os talos(que eu adoro). Acho bonito como a culinária trabalha os sentidos, mas também um certa intuição que une os continentes. abração.

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