É assim que vou lembrar

Esse é o meu último mês em Beirute e já comecei a fazer listas do que quero fazer antes de ir embora. Três meses aqui é pouco pra penetrar nas camadas mais profundas da cidade. Tenho a impressão que até agora só consegui arranhar um pouquinho a superfície. Então decidi parar de tentar dar um sentido pra esse emaranhado de fios, culturas, contradições e desigualdades e vou passar as próximas semanas só admirando, absorvendo e gravando na memória cada momento e cada esquina. E aqui vão algumas imagens da cidade pra vocês verem um pouco do que estou vivendo. Não são fotos trabalhadas e fiz todas com o telefone (com excessão de duas fotos feitas por Anne), mas é assim que vou lembrar de Beirute.

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Sobre as fotos. 1- Pôr do sol na praia. 2- Aqui a eletricidade é cortada pelo menos três horas por dia, então aprendi a fazer tudo à luz de velas, inclusive cozinhar(foto feita por Anne). 3- Eu, conversando com clientes no restaurante onde fui “chef convidada” durante um fim de semana (foto feita por Anne). 4- No bairro Hamra. 5- Mesquita Mohammad Al-Amin. 6- As Rochas de Rauche, o mais famoso cartão postal da cidade.

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7- Bourg Hammoud, o bairro armênio. 8- Um café em Mar Mikhael, bairro onde moro. 9- Restaurante Manara. 10-Corniche, o calcadão que acompanha o mar. 11- Cicatrizes da guerra civil no bairro Basta.

11 comentários em “É assim que vou lembrar

  1. Querida Sandra,
    Adoro teu site, tudo o que tu escreve empolga, dá vontade de fazer igual!
    Sempre que eu penso em cozinhar venho dar uma vasculhada pra ver que opções eu posso fazer…
    Nem sempre faço tuas receitas, tal qual, às vezes tenho que improvisar um pouquinho, mas é aqui que me sinto inspirada pra ir pra cozinha. Sempre gostei de cozinhar, quando criança fazia quibes e esfihas com minha mãe pra vendermos no brique da Redenção aos domingos em Porto Alegre (nossa principal fonte de renda), e bolo nos sábados pros meus irmãos.
    Não sou de origem árabe, mas meu padrinho era.
    Lendo os teus posts, vi muitas referências ao Falafel, e tenho muuuita vontade de fazer e experimentar, mas não encontrei receitas aqui. Não gosto mesmo de pegar receitas em outros sites, confio nas tuas!!! O jeito que tu descreve a receita, e toda a história que vem junto, é o que dá vontade de sair correndo pro mercado mais próximo e arranjar os ingredientes, sejam lá quais forem, cozinhar e degustar! Nem sempre dá, as vezes não tem o ingrediente, às vezes não tem grana pro tal, e o mais legal é que tu sempre dá umas dicas do que dá pra trocar…
    Quando puderes, posta uma receitinha de Falafel…
    Minha família ainda é onívora, meu esposo muuito carnívoro, mas eu tenho conseguido diminuir as quantidades de carne, e tem dias que faço um cardápio todo vegetal, tudo inspirado nos teus posts e dicas de transição. Sinto mesmo que, quando não como nada de proteína animal, meu cérebro funciona melhor, e desde que comecei a “transição”, voltei a ter mais disposição pra tudo. Inclusive voltei a estudar, depois de 15 anos estou me formando em Física, pensei que nunca mais conseguiria estudar cálculo diferencial novamente, principalmente com filhos – uma adolescente e um bebê ao mesmo tempo! Mas percebo que a principal fonte de energia e sustentação de minha vontade e meus ideais tem sido a mudança alimentar. Afinal, dizem que a gente é o que come, né!

    Saiba que o que tu escreve me faz pensar no mundo, me faz pensar na vida, me faz pensar mais em tudo, me faz mudar. E pelo que leio, pra muita gente também. Tem gente que tem jeito pra escrever bonito que nem tu. Tem depoimentos que me fizeram chorar mais do que teus posts. Tem posts que me fizeram me esconder de cara inchada no banheiro do trabalho, pra ninguém ver que eu tava chorando de emoção, mesmo quando era bom! Teu site foi a porta de entrada prum mundo novo, na verdade pro mundo de verdade que tá escondido por trás de quem não tem interesse que a gente saiba da verdade por trás das câmeras.

    Que Deus ilumine teus passos, abençoe tua família, tua mente criativa, e que tenhas cada vez mais leitores, pois o que contas são histórias mágicas de verdade, que são de verdade!

    PS.: esse comentário era só pra pedir receita de falafel, mas acabei me empolgando e achei que tava num consultório de psicanálise!

    1. Oi, Luciana. Muito obrigada pela gentileza que você deixou nesse comentário. Estou respondendo quase um ano depois (vergonha :/ ), mas lá vai. Nunca fiz falafel em casa porque não faço frituras em casa e também porque sempre comi falafels tão bons (na Palestina e Líbano) que nunca senti necessidade de fazer essa iguaria na minha cozinha.

      1. Oi Sandra!!!
        Nem esperava resposta!! Fiquei tãããão feliz!!! Tipo pinto no lixo, sabe?
        Mas olha, fiz o falafel, foi simplesmente maravilhoso! Acertei em cheio. Entendi que você evita frituras, vou dizer, também evito. Mas tem coisas que valem a pena… e tenho uma cozinha super arejada.
        E o falafel é divino. Nunca comi antes, o primeiro foi o meu! E se é assim, é muuuito bom.
        Beijos em você e na Anne!! (me sentindo íntima, heheheh)

  2. Sandra, eu sou apaixonada pelo seu blog. Queria apenas te agradecer por este espaço que sempre me acolhe quando busco por um pouco de paz, em boa companhia (sua, das fotos, das comidas, das pessoas sobre as quais você fala, enfim)!

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