A fórmula da farofa + a farofa de cenoura da minha família

Uma etapa essencial pra quem quer aprender a cozinhar (se você vier desse território colonizado conhecido como Brasil) é saber fazer farofa. Extremamente simples, mas que faz toda a diferença na vida da cidadã, ela alegra o prato e é a melhor amiga do feijão. Aliás, deixa eu contar uma das minhas opiniões mais impopulares: não gosto de arroz. Por isso prefiro casar meu feijão com farofa e ignorar o pobre arroz, o que nunca deixa de provocar surpresa nas vizinhas de mesa. Farofa, como dia minha amiga Maria Helena, é a argamassa da vitória!

Farofa não é um prato, é uma categoria. Assim como “salada” e “sopa”, basta entender o princípio e você será capaz de criar uma infinidade de farofas sem nunca precisar de receita. A fórmula de base clássica da farofa é: gordura + coisas + farinha de mandioca. Temperos e ervas também são bem-vindos.

As “coisas” podem ser: legumes, tofu, frutas secas ou frescas, castanhas, sementes… Mas o que gosto mesmo é de usar qualquer resto que encontro na geladeira, seja legumes ou feijão (macaça/fradinho é uma delícia na farofa). É aqui que a farofa se revela como uma bênção pra quem não gosta de desperdício na cozinha. Isso eu aprendei com meu amigo André Cantú, que me inspirou a escrever esse post aqui. Obrigada pelos ensinamentos, irmão.

Pra ilustrar a fórmula da farofa, aqui vai uma receita da minha família. E como falei de evitar desperdício, ela usa farinha de rosca. É assim que chamo farinha feita com pão velho e bem seco ralado (como minha mãe fazia) ou triturado (bem mais rápido). Qualquer pão seco serve, com casca e tudo.

Farofa de cenoura com farina de rosca

Acho uma lindeza essas astúcias pra evitar desperdício, então quando consigo juntar farinha de pão seco e restos de legumes na mesma farofa fico duplamente feliz. Mas sim, pode usar farinha de mandioca, se quiser. E outra erva, se não gostar de coentro. Mas aí já é outra receita.

Frite uma cebola picada (gosto de cortar em meia lua, mas aqui nada é obrigado, é tudo sugerido) no óleo ou azeite. Alho também vai bem.

Junte duas cenouras raladas, misture bem e vá acrescentando farinha de rosca até chegar no ponto do seu agrado (eu gosto de farofa úmida, então uso pouca farinha). Tempere com sal e pimenta do reino.

Desligue o fogo e junte um punhado de coentro picado.

6 comentários em “A fórmula da farofa + a farofa de cenoura da minha família

  1. “Farofa é a argamassa da vitória!” – a frase do dia <3

    Conheci teu blog faz pouco tempo e estou amando, principalmente a tua escrita com as pitadas de humor. Tudo de bom.
    E já estou ensaiando algumas receitas em casa. Obrigada por compartilhar 😀

  2. Amo farofa, não tem muito tempo descobri a maravilha que é usar dendê no preparo, além de ficar mais amarelinha, fica uma delícia. Outro ponto é a farinha, no sul do Brasil ela é extremamente fina, quase se confunde com trigo, e sempre usei pra fazer farofa doce de banana, então descobri que aquela mais grossa, que chamamos aqui de farelo fica muito melhor pra fazer farofa salgada, muito mais sequinha e crocante.

  3. Amo farofa, não tem muito tempo descobri a maravilha que é usar dendê no preparo, além de ficar mais amarelinha, fica uma delícia. Outro ponto é a farinha, no sul do Brasil ela é extremamente fina, quase se confunde com trigo, e sempre usei pra fazer farofa doce de banana, então descobri que aquela mais grossa, que chamamos aqui de farelo fica muito melhor pra fazer farofa salgada, muito mais sequinha e crocante. Obrigada pelas suas receitas e textos incríveis!

Deixe uma resposta para Monica Bramorski Cancelar resposta