1 de janeiro

Quem aí também está pensando “2016, seu infeliz das costas oca, já foi tarde!”? Ou alguma variação da frase com um insulto usado em seu dialeto. O ano foi difícil pra maior parte dos habitantes desse planeta, mas aqui do meu lado ele acabou de uma maneira linda.

Vim passar o natal com a família francesa e pela primeira vez em oito anos Anne e eu não fomos as únicas a ter uma ceia vegana. A irmã caçula de Anne se tornou vegetariana esse ano, depois de anos flertando com a ideia e se alimentando de maneira cada vez mais vegetal. Já no almoço do 25 de dezembro foram quatro pratos veganos! A outra irmã de Anne já não come mais animais terrestres e pediu pra se juntar à nos. Eu vejo pessoas irem cada vez mais na direção de uma alimentação mais vegetal em todos os lugares por onde passo.

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E logo depois do natal aconteceu uma coisa curiosa: eu casei. Pela segunda vez e com a mesma mulher. Mais de seis anos atrás Anne e eu assinamos os documentos de união estável, pois na época casamento só estava disponível pra casais heterossexuais. Sabe como é, os deveres e impostos são os mesmos, já os direitos… Mas aí tudo mudou em 2013, tanto no Brasil quanto na França. Então casamos. Aqui casamento civil acontece na prefeitura, celebrado pela(o) prefeita (o), então quem celebrou o nosso casamento foi um tio querido de Anne. Farei um post sobre o casamento outro dia, quando conseguir reunir todas as fotos feitas pela família.

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Enquanto dobrava mentalmente os acontecimentos de 2016 pra colocar na gaveta das memórias, imaginando que nunca ia querer abrir a dita cuja, me dei conta que muitas coisas boas aconteceram esse ano. Eu passei boa parte do tempo me desesperando e sei que esse desespero foi moda em 2016 (e que tenho 35 anos de sonho e de sangue e de América do Sul. Por conta desse destino um tango argentino me vai bem melhor que um blues. Minha vida virou uma música de Belchior). Mas isso consumiu muito da minha energia e muitas vezes me deixou paralisada. Então decidi fazer um esforço consciente pra prestar atenção aos acontecimentos positivos. Meu coração anda precisando.

Um ano revolucionário-radical-feminista-abolicionista-vegano e com direitos iguais pra todas!

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30 comentários em “1 de janeiro

  1. Sandra querida!
    Feliz ano novo!
    Para todos humanos e não humanos, que possamos ter muita paz, amor!!!
    Parabéns pelo casamento, linda foto!!
    Sobre a ceia de natal e a do ano novo, digo que o menino Jesus não chora mais, pois faz uns 3 anos que o presépio não entra na mesa. Meu pai e irmão vinham e, meu marido apesar de vegetariano, insistia que devia fazer a vontade dos convidados. Hoje me posiciono a minha ética, consciência, se não gostarem, não venham.
    Mas não tem melhor sensação do que pessoas que você ama, aderindo a não violência, veganismo!!
    abraços fraternos!!!

  2. Sandra, que noticia Linda!!! Que possam comemorar o reencontro de vocês muitas outras vezes!!! Parabéns pela família, pelo trabalho que faz por este blog e pela pessoa que tu és!!! Agradeço sempre pelas palavras e receitas inspiradoras !!! Ahhh, fala qual foi o menu completo da ceia de vocês!!1 Beijos e que 2017 seja transformado!!!

    1. Falo, sim 🙂 Teve faux gras (um tipo de patê vegano que lembra o cruel fois gras) pra acompanhar o champanhe (porque meu sogro faz questão do brinde antes da ceia), ceviche de abacate, pomelo e algas de entrada e o prato principal (foto acima) teve pilaf de arroz vermelho e ervilha, fondue de alho poró, salada quente de lentilha du Puy e cogumelos selvagens com creme de limāo. Dispensamos a sobremesa (a família inteira!).

    1. Anne e eu estamos com saudades de vocês todas também. Contando os dias pro nosso encontro na Terra Santa, que vai ficar arretada com vocês 😉

  3. Linda foto! Capturou o amor e a felicidade.
    Parabéns, Sandra, de vez em quando venho aqui procurar inspiração para receitas e ler as histórias da sua vida.

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